Já afirmava Claude Lévi-Strauss "O mundo começou sem o homem e poderá acabar sem ele", nessa perspectiva a sociedade vive um paradoxo, o avanço científico, em contrapartida a retração política. Dessa forma, surge a problemática da tecnologia sociopolítica, persistindo, ligada intrinsecamente ao pensamento humano, seja pela ineficácia do Estado, seja pela lenta mudança na mentalidade da sociedade. É indubitável que, a questão governamental seja fator súpero sustentáculo da problemática. Para Aristóteles a política por intermédio da justiça deveria trazer harmonia ao indivíduo e a sociedade. De forma análoga, tal pensamento aristotélico é rompido, haja vista que, a política negligencia com suas funções, propiciando manifestações, conturbações, passeadas, que cada vez mais, estão atreladas aos meios tecnológicos. Não obstante, o grito de guerra, nunca se ouviu tão rápido, e por imensurável contingente populacional, como se ouve agora. Outrossim, a lenta mudança na mentalidade social se faz presente no paradoxo. Jorge Amado, em seu livro, "Capitães da Areia", descreve uma comunidade de meninos de rua, sem voz ou poder, que sofrem, perecem por doenças, são abandonados. Metáforas a parte, com a revolução cientifica, esses meninos ganham o poder de se expressar. Discutem em espaços virtuais, insurgem em manifestos marcados em redes sociais, lutam pelo fim da resistente mentalidade do opressor. Infere-se, portanto, a necessidade de mudanças governamentais e sociais. O Estado, em especial, o poder Executivo, deve muito além de oprimir protestos, ouvi-los, questiona-los, analisar sua existência em tal contexto virtual/físico, buscando uma solução viável para ambos os lados. Concomitante a isto, disciplinas como sociologia, filosofia e informática devem estar presentes em todos os currículos escolares de nível médio e fundamental, visando o fim da alienação, em conjunção ao contado imediato delas com os jovens . Desse modo, paulatinamente, a democracia não será uma utopia, mas um fato cotidiano e comum a todos.