Enviada em: 21/06/2017

Apesar dos avanços democráticos conquistados com a promulgação da Constituição Federal em 1988, como o direito ao sufrágio universal, a dificuldade em fiscalizar as ações estatais fez a nação sofrer com má gestão e desinformação do destino das verbas públicas, comprometendo a eficácia do sistema político. Em meados dos anos 90, a internet foi introduzida no Brasil e sua difusão nos anos seguintes possibilitou maior acesso à população e facilitou a disseminação de notícias mesmo às regiões mais remotas. Em um país com as dimensões geográficas como as nossas, o uso da tecnologia pode otimizar a relação entre governantes e governados e facilitar o controle da administração pública.       O conhecimento dessa ciência possibilitou que algumas ações fossem empreendidas no âmbito público. Em 1996 a Justiça Eleitoral inseriu o uso das urnas eletrônicas para o pleito no país, essa informatização tornou o processo de contagem dos votos mais rápido, e no ano de 2000 todos os eleitores votaram com o uso dessa tecnologia. Outro exemplo é o Portal da Transparência, uma iniciativa da Controladoria Geral da União desde 2004 que disponibiliza, através de um site, informações relativas à destinação de recursos públicos. E, para regulamentar o direito fundamental previsto no art. 5, inciso XXXIII da Constituição, em 2012 entra em vigor a Lei de Acesso a Informação.        Iniciativas como essas contribuem com a democratização no país, diminuindo distâncias, pois permite aos cidadãos acessar informações de seu interesse, independentemente da região em que estejam, desde que haja acesso à internet. Não obstante estão longe de terem alcançado a excelência administrativa, que só se efetivará com a devida fiscalização popular. Dados do Portal da Transparência revelam que apesar da facilidade, em 2004, quando o site foi criado, houve um número aproximado de 60 mil acessos, e mesmo no ápice de acessos em 2016 os números não chegam a representar 10% dos habitantes do Brasil.         Para minimizar esse problema é relevante conscientizar a população sobre a importância de examinar as contas públicas e exercer sua soberania. Uma alternativa seria educação desde o ensino fundamental sobre os direitos constitucionais nas escolas, formando jovens cidadãos sapientes de quais são e como reivindicar seus direitos. Ademais, o Ministério de Ciências e Tecnologias em parceria com órgãos de fiscalização, podem elaborar aplicativos que vinculem, por exemplo, o uso de cartões de créditos corporativos utilizados por representes do povo, bem como o caminho seguido desde o recolhimento de impostos até seu uso, produzindo dados consistentes que cheguem ao conhecimento público, através de dispositivos móveis, de modo a tornar mais preciso e ágil o controle do uso dos recursos públicos disponibilizados em ações cotidianas.