Enviada em: 16/10/2017

Com o advento do sistema capitalista, no século XVIII, a tentativa de maximização de lucros fez-se presente e persiste até os dias atuais. Sob essa conjuntura, a terceirização do trabalho no Brasil assume essa perspectiva, já que a flexibiliza a contratação visando o produto líquido mensal mais lucrativo. Nesse contexto, faz-se imperativo discutir acerca da nocividade desse novo modelo para o trabalhador.     A princípio, vale pontuar que a flexibilização do trabalho corrobora para a precarização do mesmo. Comprova-se que o contratado é exposto a condições mais degradantes através da Central Única de Trabalhadores (CUT), a qual aponta que a terceirização aumenta a jornada de trabalho e reduz a remuneração final. Desse modo, nota-se que esse cenário é contraditório em um país como o Brasil, que possui cerca de 3,6 milhões de pessoas vivendo em condições de pobreza – conforme o jornal O Globo –, tendo em vista a redução de ganho mensal como agravante para a problemática. Outrossim, manter o trabalhador mais tempo trabalhando além do recomendado, é passível de problemas físicos e psicológicos, sendo necessário, portanto, aumentar os investimentos na saúde pública.   Ademais, convém ressaltar que a terceirização também colabora para o aumento nos índices de desemprego. Assim, contrariando a Consolidação de Leis Trabalhistas, sancionada por Getúlio Vargas, durante o Estado Novo, a flexibilização da contratação rompe com o vínculo efetivo e duradouro entre empregado e empregador, tornando a asseguridade de trabalho instável. Dessa maneira, é possível relacionar o aumento no desemprego, com a substituição acelerada de funcionários, com a externalização dos contratos, situação desfavorável para a população ativa brasileira.    Logo, é inquestionável que haja equilíbrio entre lucro do contratante e bem estar do contratado. Para isso, o Poder Público Federal deve investir ainda mais em políticas assistencialistas – com uso de verba arrecadada pelos impostos federais – rompendo com os altos índices de pobreza no Brasil, tornando possível a instalação da terceirização, já que com uma renda estável, a população aceitará esse novo modelo e não será prejudicada pelo mesmo. Além disso, cabe ao Executivo o papel de fiscalizar o cumprimento das leis trabalhistas - com uso intensivo de novas tecnologias, como internet e aplicativos laborais -, como jornada máxima de trabalho, assegurando ao trabalhador boas condições de trabalho. Ainda, as empresas, com auxílio dos sindicatos, podem investir em princípios de aproximação, fortalecendo vínculos entre empregado e empregador, tornando o convívio e relação mais harmoniosos, impedindo a rotatividade de funcionários, garantindo a estabilidade.