Enviada em: 11/07/2017

Uma luta impossível de ser vencida   O desejo humano de consumir substâncias que o permitam escapar da sua realidade é tão velho como o conceito de sociedade, assim como a tentativa de regulamentação do seu consumo. Porém, a atual guerra contra as drogas no nosso país traz mais malefícios do que o uso das drogas em si, promovendo grande aumento da violência urbana, assim como na população encarcerada e gerando enormes gastos numa batalha que não tem fim.   A estreita relação entre o narcotráfico e a violência urbana já foi comprovada, como citou o pesquisador Ayala Colares; a queda na qualidade da segurança pública é uma consequência direta da falta de regulamentação do Estado sobre as drogas, devido a proibição. Assim, as gangues e cartéis assumem o papel de controlar a venda e produção desse produto, causando todos os problemas vistos hoje nas cidades brasileiras.  Além disso, tem sido observado um aumento do volume de presos nos países com ativa política contra drogas, pela prisão de portadores de drogas para uso pessoal não violentos. De acordo com Durkheim o contrato que o indivíduo faz com o Estado têm o objetivo de garantir sua segurança e seus direitos individuais. Portanto, seria um direito individual possuir quaisquer substâncias, desde que sem intuito de venda.   A forma com que o Poder Executivo vêm lidando com o narcotráfico é cortando o suprimento de drogas – ao menos tentando – com a esperança de que isso diminua a demanda, como seria com qualquer outro produto. Porém, com as drogas, existirá demanda, não importando os preços. Assim, o Estado gasta milhões tentando limitar a entrada desse produto no mercado, o que não limitará o acesso aos consumidores finais.  Para amenizar as consequências que a guerra contra o narcotráfico traz a nossa sociedade, deve-se portanto haver regulamentação do Legislativo sobre substâncias psicoativas; para isso deve haver legalização e controle sobre a venda de drogas, o que diminuirá a violência urbana e o volume de encarcerados. Além disso, o dinheiro antes empregado pelo Estado em cortar o suprimento de drogas poderá ser utilizado para reintegração de pessoas viciadas na sociedade, com auxílio médico e orientação de um assistente social. Essa guerra que já fez milhões de vítimas deve findar, e com uma dose de empatia poderemos viver num mundo melhor sem tanta violência.