Enviada em: 01/08/2017

Egípcios e o ópio. Asiáticos e a cannabis. Americanos e a coca. No decorrer da história, não houve uma sociedade sequer livre de drogadição. O problema, no entanto, não está só no uso dessas substâncias, mas nos demais empecilhos que ela acarreta e na forma como é abordada.  Dessas implicações, a principal e mais marcante no cenário brasileiro é a violência urbana. Está, sofre grande influencia do tráfico devido à ilegalidade e a população que ele afeta. A ilicitude faz com que as richas se resolvam extrajuridicamente, sem imparcialidade ou escrúpulos, causando várias mortes. Já a pobreza, torna os desafortunados duplas vítimas do crime pois a falta de oportunidades os coage a trabalhar na área e também são os que mais sofrem com a burocracia prisional e carência de defensores públicos.   No entanto, é utopia pensar que a luta contra o tráfico é suficiente para extinguir essa problemática. A política americana de tolerância zero é um claro exemplo disso. Nela, a população carcerária nos Estados Unidos triplicou enquanto os índices de consumo de entorpecentes se mantiveram inalterados. Isso porque nenhuma medida foi tomada para desestimular o uso, como é feito na Suíça, onde o governo fornece tratamento e kits estéreis aos usuários, combatendo também a disseminação de doenças associadas, como AIDS e hepatites.   Desse modo, fica claro que a violência está intimamente ligada com o comércio ilegal e que a solução está em medidas que altere o consumo de drogas e assim enfraquecer o tráfico. Para isso, é preciso que os ministérios da Saúde e do Desenvolvimento Social, através de postos de saúde e escolas, forneçam tratamento aos usuários e reinserção deles na sociedade através de cursos de capacitação ao mercado de trabalho. Dessa forma, promovendo uma mudança na realidade dessas pessoas, é possível esperar, enfim, um povo livre de drogadição.