Enviada em: 08/08/2017

As chacinas, a perseguição do Estado aos mais pobres, as UPP's, a discriminação, os tiroteios, as mortes dos "bandidos" e dos policiais, menores da periferia fora da escola, o genocídio institucionalizado, tudo é decorrente da "guerra" ao tráfico de drogas. Como resolver essas questões? Com o fim do tráfico ilícito de entorpecentes. Mas o fim do tráfico de drogas é obtido com o fim do consumo das "drogas" ou com o fim da proibição do consumo? O maior mal das drogas está na criminalização delas, fazendo com que os envolvidos sejam marginalizados, delegando a distribuição dos entorpecentes aos mais frágeis da sociedade e não no efeito causado naquele que a consome.  Não se pode acreditar que o mal está na droga (como substância), combatendo-as, demonizando-as, sob o argumento de que "fazem mal", pois várias outras coisas (como o bacon, por exemplo) fazem muito mais mal à saúde do que o consumo de "drogas", mas nem por isso são proibidos. Quantas pessoas morrem por dia em decorrência do combate ao tráfico de drogas e quantas morrem pelo uso das substâncias criminalizadas? Segundo a Gazeta do Povo; as mortes causadas no combate as drogas cresceram em um ritmo superior ao dos acidentes de trânsito nos últimos 14 anos no Brasil: 58% contra 17% e mostra também que o consumo de drogas aumentou 140%. Portanto, isso mostra a ineficácia da repressão as drogas, gerando violência e corrupção entre os governantes.  No Brasil, prisões superlotadas estimulam ódio ao sistema e funcionam como uma "faculdade do crime". O alto índice de prisões provisórias fortalece a tese do encarceramento em massa: do total de pessoas privadas de liberdade no Brasil, aproximadamente quatro entre dez (41%) foram presas sem terem sido julgadas, de acordo com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Quando o indivíduo é preso, ele entra em contato com um governo paralelo, o governo do crime. Vai ter de se submeter a ordens e comandos dentro da prisão. Assim sendo, os presídios do Brasil são construídos para trancafiar, amontoar e "graduar" um cidadão para o mundo, que na maioria das vezes não são violentos. Tendo isso em mente, se mostra falha as prisões preventivas e como consequência delas, se tem um aumento de criminosos, por conseguinte, do tráfico e da violência urbana.  O desafio é grande mas não impossível, posto que, o povo brasileiro não está preparado para uma proibição, então a descriminalização das drogas é um importante fator, mas não determinante, para a diminuição da violência urbana relacionada ao tráfico. Com o judiciário, cabe a organização de mutirões de juízes (como já ocorre), buscando julgar de modo eficaz as prisões preventivas, amenizando a formação de criminosos dentro das prisões. Deixando o tabu moral de lado se alcançara gradativamente e sutilmente uma politica de drogas justa, eficaz e humana.