Sem bandeiras,sem territórios,sem exércitos nacionais se enfrentando no campo de batalha.Dessa forma ocorre um dos mais sangrentos conflitos já vividos no território brasileiro,a guerra às drogas.Ape-sar de suas características pouco comuns,essa guerra vivida diariamente por muitos brasileiros é responsável por milhares de mortes todos os anos.Tal cenário de violência urbana,se perpetua frente à crescente militarização do tráfico de drogas e a ineficiência dos esforços policiais desenvolvidos nas últimas décadas. Diante da ilicitude de suas práticas,os traficantes se valem da criação de milicias fortemente armadas para garantir a continuidade de seus negócios.Paralelamente,a ausência do Estado e seus serviços em comunidades periféricas de grandes centros urbanos torna a população dessas localidades vulneráveis aos assédios desses grupos criminosos,que acabam por intimidar a população civil com seu poder de fogo e até incentiva-la,principalmente os jovens,a consumir seu entorpecentes e em alguns casos até unir-se às milícias.Também em virtude da ilegalidade do tráfico,esses grupos não dispõem dos meios jurídicos para resolver suas pendências e essas muitas vezes acabam por ser enfrentadas "à bala", o que contribui para a perpetuidade da violência e coloca em risco as pessoas que ficam ilhadas entre esses conflitos de criminosos. A fim de enfrentar essa questão,o Brasil adotou uma política de tolerância zero em relação as drogas ilícitas.Acreditou-se nas últimas décadas que o investimento em ações de repressão à venda e ao porte dessas drogas seriam suficientes para por fim a questão.Em contrapartida,o consumo de entorpecentes se espalhou ainda mais pelo país e novas drogas foram inseridas no mercado brasileiro.Este fracasso decorre principalmente do ideário utópico de se criar um mundo sem drogas,bem como do fato das autoridades brasileiras ignorarem a realidade de que diminuir a oferta de entorpecentes não implica numa redução do consumo ou do lucro dos traficantes,já que esses simplesmente cobrariam mais caro. É fato que a sociedade brasileira não pode se dobrar ao seus inimigos criminosos que promovem esse cenário de violência.Porém, é crucial o desenvolvimento de medidas alternativas capazes de garantir a esperança de paz em meio a este conflito.Destacam-se assim,medidas de contenção de danos,há exemplo da legalização do porte e venda da maconha,uma droga "mais leve" que uma vez legalizada pode diminuir o lucro do tráfico e seu poder de acesso à população visto que a maconha é considerada uma porta de entrada a outros entorpecentes fornecidos pelos traficantes.A criação de centros de acolhimento de viciados,como os implementados na Suíça, também possuem um grande potencial para quebrar o elo entre usuários e traficantes facilitando o tratamento de dependentes químicos.