Enviada em: 01/10/2017

Realidade cruel     Para a antropóloga Alba Zaluar, ''Não é a cocaína que mata, mas o tráfico, pela forma como se organizou''. Essa frase viabiliza um raciocínio a respeito do tráfico de drogas que o Brasil tem assistido nos últimos anos: de que a violência na sociedade contemporânea é resultante do narcotráfico. Desinformados, muitos cidadãos brasileiros não são capazes de refletir como o uso indiscriminado desses entorpecentes aumenta o poder das facções criminosas.     Em uma primeira abordagem, verifica-se que o estilo de vida urbano da população brasileira tem aumentado o consumo de drogas e a quantidade de seus dependentes. Isso se deve ao fato de que muitos jovens buscam ser bons em alguma atividade, para conquistar uma identidade e função dentro de um grupo. Bom exemplo disso são aqueles estudantes que não conseguem se destacar nos estudos e procuram nas drogas o seu reconhecimento. Por conseguinte, o jovem consegue uma função e passa a pertencer a esse mundo das drogas. Além disso, as crises de angústia são também fatores de risco, já que as drogas aparecem novamente como ''remédio'' na tentativa de se auto-medicarem. Assim, quanto menos flexível às frustrações, maior o risco de virar um dependente químico.       De acordo com Lucrécio, todos e tudo obedecem ao dinheiro. Seguindo essa linha de pensamento, nenhum outro negócio será capaz de fazer tanto dinheiro, rápido e com poucos riscos, como no tráfico de drogas. Em virtude disso, o consumo desses narcóticos tem crescido muito no país, ocasionando uma grande movimentação financeira e consequentemente um aumento do poder econômico desses grupos criminosos. Por consequência, esses traficantes sujeitam a comunidade ao horror e à violência, deixando os moradores mais vulneráveis à suas práticas. Por outro lado, o pequeno tráfico que os dependentes de drogas praticam para manterem seus vícios, constituem também uma boa fatia da criminalidade. Dessa forma, o aumento da marginalidade é visível e cada vez mais assustador.      Fica claro, portanto, que a mudança de comportamento é imprescindível para enfrentar esse desafio. Logo, o Ministério da Saúde precisa criar campanhas através das redes sociais, capazes de conscientizar a população sobre os estragos que o uso de drogas traz para a saúde dos jovens. Além de que, a solução não está na legalização do uso de algumas dessas substâncias, mas na educação das pessoas, partindo de suas famílias e escolas, para uma possível diminuição e controle da violência urbana. Ademais, o Governo Federal deve isolar os líderes dessas facções criminosas de seus inferiores por meio de um regime de pena diferente do que existe hoje, a fim de desarticular esses grupos para diminuir o narcotráfico. Assim, nem a cocaína e nem o tráfico matarão mais pessoas.