Enviada em: 10/05/2018

Assim como afirma karl Marx, "a história de todas as sociedades até hoje existentes é a história da luta de classes". Nesse segmento, ao analisar-se o atual cenário brasileiro, é possível comprovar o enunciado pelo sociólogo. Com efeito, não é rara a notificação de casos em que travestis, transgêneros e transexuais - em constante luta por seus direitos - sofrem por discriminação. Essa situação deve-se, sobretudo, à lenta mudança de mentalidade social, e traz inúmeras ameaças à legitimidade de um país democrático.      O Darwinismo social, pensamento surgido no final do século XIX, considera que algumas sociedades são superiores a outras, de modo que as menos aptas deixariam de existir. Dentro dessa lógica, torna-se evidente que tal visão permanece presente no âmbito brasileiro e reflete-se, de maneira relevante, sob a forma da transfobia. Decerto, vigora no Brasil uma verdadeira ditadura de valores, a qual, sob a égide dos vestígios patriarcais ainda vigentes, busca conservar o que é, supostamente, o mais correto. É nesse contexto de "limpeza étnica" que surgem os preocupantes episódios de violência e intolerância aos LGBT.        A partir desses pressupostos, depreende-se que o pensamento deturpado de parcela da população é um fator que subverte o preconizado por lei. Segundo a Constituição Cidadã, de 1988, todos são iguais perante a lei, independentemente de cor, raça e, inclusive, orientação sexual. Não obstante, a realidade dos fatos não testifica a letra da Carta Magna, uma vez que os grupos trans possuem menor acesso ao mercado de trabalho e uma expectativa de vida - de acordo com a União Nacional LGBT - de, aproximadamente, 35 anos. Assim, eles ainda apresentam muitos obstáculos a suplantar para exercer sua liberdade de expressão e superar as ojerizas sociais.         Diante dos fatos supracitados, o Estado deve, em parceria com as escolas, implementar cartilhas destinadas aos alunos, as quais precisam ressaltar a igualdade de tratamento por meio de histórias lúdicas e ilustradas e da exposição da realidade dotada de preconceitos vivenciada pelos grupos trans, a fim de colaborar com a desconstrução de estereótipos adquiridos, muitas vezes, no âmbito familiar. Ademais, é imprescindível que o Governo ofereça também maiores oportunidades de trabalho ao grupo em questão, através do incentivo e da abertura de vagas em cargos públicos destinadas ao grupo em questão, para que, aos poucos, os  trans passem a ser mais aceitos e respeitados na sociedade.