Enviada em: 10/07/2018

28 de junho    Em fevereiro de 2017, Dandara de Oliveira foi linchada e espancada até a morte após sair de casa para comprar pão. Tal acontecimento evidencia a transfobia, causada não somente por uma herança patriarcal machista, mas também pela expansão da cultura do ódio.    Em primeiro lugar, a exclusão dos transexuais do mercado de trabalho é reflexo de um legado machista, totalmente inaceitável nos dias atuais. Segundo a Secretaria de Direitos Humanos da República (SDH), a transfobia faz com que esse grupo acabe tendo como única opção de sobrevivência a prostituição de rua. Prova disso é o caso de Luiza Coppieters que dava aulas de filosofia em uma escola particular de São Paulo e, ao começar a transformação corporal, foi demitida. Segundo os envolvidos, isso ocorreu porque ela traria má influência aos alunos. Dessa forma, é possível afirmar que essa fobia baseia-se em uma concepção social transmitida por gerações, onde as pessoas encontram fundamentos para apoiarem sua aversão.     Ademais, o hábito de exteriorizar o ódio por meio da violência está intrinsecamente ligado às minoras e, em grande parte, à transfobia. Segundo a ONG Transgender Europe, o Brasil matou ao menos 868 transexuais nos últimos anos, o que o deixa, disparado, no topo do ranking mundial. Não satisfeitos em atacar mental e fisicamente, os agressores, assim como no caso Dandara, gravam e divulgam as imagens da ação nas redes sociais. Isso demonstra, por parte dos deles, a necessidade de dispersar o forte asco ao diferente. Por consequência, acontece a banalização do ataque aos transexuais, o que dificulta a resolução dos crimes contra eles.      Portanto, medidas coletivas devem ser tomadas. Para Immanuel Kant, é no problema educacional que assenta o segredo do aperfeiçoamento social. Logo, os Ministérios da Educação e da Cultura deverão promover debates nas escolas, por intermédios de psicólogos e juristas, sobre a necessidade de garantir a extensão dos direitos humanos aos transexuais, a fim de elucidar a sociedade brasileira sobre as questões do gênero. Tal medida afetará, indiretamente, toda a comunidade Lésbica, Gay, Bissexual e Trans (LGBT), pois reduzir-se-á a intolerância contra eles. Assim, poderão orgulhar-se verdadeiramente do dia 28 de junho.