Enviada em: 07/08/2018

A ONG Transgender Europe aponta que o Brasil é líder de assassinatos de transexuais. Frente a isso, até junho de 2018, a Organização Mundial da Saúde tratava a identidade de gênero no capítulo de doenças mentais. Apesar dessa mudança ser benéfica à classe, a estrutura educacional vigente também promove a transfobia no Brasil.        Esse tipo de fobia relaciona-se ao início da fase escolar, porque as escolas brasileiras não oferecem educação sexual. Assim, crianças e adolescentes que apresentam traços de transexualidade começam a apresentar dificuldades para entender o corpo e se relacionar. Junto a essa incompreensão de si mesmo está o bullying, que pode causar depressão. Esses fatores levam à evasão escolar: 82% dos trans abandonam o ensino médio entre os 14 e os 18 anos em 2017, segundo a Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil. Assim, a falta de educação sexual acentua a desistência escolar dos transexuais.        Essa evasão contribui para outro lado da transfobia - a exclusão social deles - que acabam na prostituição. Isso pode ser observado nos dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, que mostram que 90% das mulheres transexuais estão se prostituindo no Brasil. Nessa perspectiva, observa-se que o abandono da escola está diretamente relacionado à dupla segregação que é ser trans e estar na prostituição.       Portanto, nota-se que a falta de educação sexual nas escolas é uma forma de acentuar a transfobia, pois há o abandono da vida escolar e o encaminhamento para a prostituição. Então, o Estado deve fornecer psiquiatras e psicólogos para as escolas para prevenir e orientar crianças e adolescentes que passem por conflitos de identidade de gênero. Além disso, essas escolas não só devem abordar a identidade de gênero e orientação sexual na sua programação, como também criar uma ação de reintegração de mulheres trans ao ambiente escolar. Com essas medidas, a transfobia, que também se inicia nas escolas diminuirá, bem como a segregação desse grupo.