Enviada em: 25/08/2017

Na série norte-americana ‘Orange is the New Black’ retrata a vida de mulheres em uma prisão federal de segurança mínima. A personagem transexual, Sophia Burset – interpretada pela atriz, também transexual, Laverne Cox –, é vítima de diversos confrontos vindos de prisioneiras transfóbicas. Fora das séries de TV, esse preconceito também é recorrente na realidade brasileira, este que causa dificuldades de inclusão dessa minoria na sociedade. Isso acontece por causa da ignorância de uma grande porcentagem da população do país e também por causa da insuficiência das leis para garantir os direitos desse grupo minoritário.         É visível que a questão da falta de informação sobre o assunto é um dos problemas. “A falta de informação enfraquece a mente”, diz Karol Conka no trecho da música ‘100% feminista’. Analogamente a isso, percebe-se que o indivíduo não informado tem tendências a aceitar passivamente a ignorância alheia e muitas vezes propagá-la sem questionamentos. Além disso, quando há uma religião específica por trás dos argumentos propagados que, muitas vezes, são discursos de ódio e visões segregacionistas, percebe-se que o conceito de “humano” é dado para pessoas selecionadas, entretanto, dentro dessa lógica, transexuais e travestis não faz esse requisito. Esse conceito moral transmitido pela sociedade conservadora fez com que o país se tornasse o lugar mais perigoso para pessoa de gêneros oposto à heterossexualidade.        Outrossim, é evidente que as leis são pouco eficazes para a proteção dessa minoria. Segundo a pesquisa do Grupo Gay da Bahia, 343 assassinatos de pessoas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais), desse grande caso, 42% foram de pessoas trans (travestis e transexuais), perdendo apenas para gays que foi de 50%. Pode não parecer um número alto comparando-se com o total de assassinatos independentemente da causa, mas é gravíssimo porque se trata de um crime de ódio. O Estado se mostra omisso, principalmente ao classificar as violências verbais como injúria ou difamação e as físicas como uma simples agressão.     Torna-se evidente, portanto, que a questão da transfobia é um problema que precisa ser solucionado.Logo, é necessário a mudança da mentalidade social, para isso é essencial o investimento em publicidade em todos os meios de comunicações sobre essa questão para que a sociedade se desfaça dos pensamentos obsoletos. Além disso, cabe ao Estado não só criminalizar os crimes contra as pessoas trans, como também investir em delegacias preparadas para acompanhar o caso e aplicar as medidas punitivas corretamente. Ademais, é imprescindível discutir sobre a diversidade sexual e de gênero em escolas. Com essas medidas, poderá ser evitado diversos conflitos e a discriminação.