Enviada em: 24/09/2017

É irrefutável que as taxas de homicídios contra os LGBT’s (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) vêm crescendo a cada ano no Brasil. Nesse sentido, não obstante, mediante fatores em âmbitos morais, éticos e sociais, a problemática da transfobia se faz presente no país, sendo um ato retrógrado, de caráter destrutivo e inercial, a ser combatido.      A priori, é importante ressaltar que segundo o quinto artigo da Constituição Federal, todas as pessoas são iguais perante a lei. No entanto, a premissa supracitada é, não raro, desrespeitada pela população, que discrimina e despreza o grupo trans, fato esse que muitas vezes desencadeia uma dura realidade em nossa sociedade: a morte recorrente de LGBT’s. Esse dado se comprova pela GGB (Grupo Gay da Bahia), onde mais de 340 assassinatos aconteceram a esse grupo em 2016; essa estatística é feita apenas com base em notícias vinculadas pela mídia, o que nos faz pensar que esse número pode ser cada vez maior se pesquisado a fundo. Assim, somando-se ainda a teoria machadiana do homem como ser imoral e desprovido de virtudes, e determinismos lamarckianos à recorrente ignorância referente ao grupo LGBT, é possível analisar bases intrínsecas da questão intolerante.      Outro fator importante reside no fato de que as pessoas estão vivendo tempos de "modernidade líquida", conceito proposto pelo sociólogo Zygmunt Bauman, o qual evidencia o imediatismo das relações sociais. Atualmente, pode-se notar que o fluxo de informações ocorre em grande velocidade, fenômeno que muitas vezes dificulta uma maior reflexão acerca dos dados recebidos, acostumando o ser a apenas utilizar o conhecimento prévio. O indivíduo, então, quando apresentado a outras ideologias, como diferentes sexualidades e identificações de gêneros, tem dificuldade em respeitá-las, uma vez que sua formação pessoal baseou-se somente em uma esfera de vivência, o que pode comprometer o convívio social e o pensamento crítico.      Portanto dos fatos expostos e de maneira análoga à Lei da Inércia proposta por Newton, será necessária aplicação de força para modificar a situação contemporânea. Infere-se, destarte, ao Poder Legislativo criar leis que punam agressores, e protejam as vítimas. Ademais, cabe ao Ministério da Educação, em conjunto com prefeituras, para um amplo alcance, o estabelecimento de aulas de sociologia, dentre outras, que permitam a apresentação de temas como a liberdade sexual, identificação de gênero, e comunidade LGBT, a fim de contribuir para o desenvolvimento pessoal. Dessa forma, o pensamento pessimista de Machado poderá ser vencido, e a violência ao grupo trans será erradicada.