Enviada em: 19/09/2017

As novelas brasileiras sempre trazem em sua trama questões pertinentes na sociedade que precisam ser debatidas. Destarte, a novela Força do Querer trouxe a personagem Ivana que apesar de ter nascido mulher não se reconhece neste gênero. A história de Ivana, embora fictícia, relata o drama da descoberta, da aceitação, as transformações e o preconceito persistente sofrido por essa parcela da população, trazendo a tona uma questão que já, em pleno século XXI, nem deveria existir: a transfobia.  Segundo pesquisas, a cada 25 horas um LGBT (lésbica, Gay, Bissexual e Transexual) é assassinado brutalmente no Brasil vitima de lgbtfobia. Um exemplo para salientar tal problema foi o caso da “travesti” Dandara, seus assassinos fizeram questão de gravar o ato de espaçamento e depois a mataram com um tiro. O vídeo rapidamente viralizou nas redes sociais, onde muito acharam abominável aquela ação enquanto outros aprovaram e diziam que era “pouco”. Esta ação traz a contemporaneidade o conceito pré-moderno de Thomas Hobbes a respeito das relações humanas, segundo ele, o homem é o lobo do próprio homem e cabe ao Estado preservar a humanidade da convivência entre nós, por conseguinte, estaria o Brasil protegendo os LGBTS?   Pontualmente, o Brasil, apesar de um país livre e democrático é o mais perigoso para um LGBT viver, mata-se aqui mais que nos 13 países do Oriente e África onde há pena de morte contra LGBTs. Desde os tempos mais antigos, LGBTs já tinham algozes que os rotulavam: na Idade Média, como pecadores; na Idade Moderna, como criminosos; e no início do século XIX, a medicina tratou de chamá-los de doentes. Atualmente, foi aprovado a pratica da “cura gay” nos consultórios psicológicos, o que contribui ainda mais para a persistência da intolerância e o preconceito.   Entende-se, claramente, a necessidade de medidas governamentais que possam educar e preservar a integridade da convivência humana. O Ministério da Educação deve, seguindo a perspectiva pitogórica “educar a criança para não necessitar punir o homem”, estimular palestras, aulas destinadas ao esclarecimento sobre identidade de gênero, sexualidade e orientação sexual, ministrada por psicólogos e especialistas, e que frisem a necessidade de respeitar a diferença do outro. Outrossim, deve-se extinguir o retrocesso intitulado “cura gay” e promover a criminalização da LGBTfobia, equiparando-a ao racismo, desse modo aumentando a consciência de que a violência contra transexuais e homossexuais é crime e cabível a punições severas. Dessarte, o Brasil poderia então cumprir o contrato social postulado por Hobbes e assegurar a igualdade e dignidade à toda sua gente.