Enviada em: 21/09/2017

No contexto social vigente e em virtude de uma sociedade machista e conservadora, o Brasil é hoje o país que mais mata travestis e transexuais no mundo, de acordo com pesquisa do Grupo Gay da Bahia. Tal situação deve-se à carência educacional acerca de respeito, direitos humanos e questões sociais, além da violência velada nas ruas e meios de comunicação. Verifica-se que, no país, a impunidade e a falta de atenção dada a essa problemática pela sociedade e autoridades torna a situação ainda mais crítica.            É lícito referenciar a obra cinematográfica “A Garota Dinamarquesa” ao considerar a problemática da transfobia: baseado na autobiografia de Lili Elbe, nascida Einar Wegener e provavelmente a primeira mulher transexual a se submeter a uma cirurgia genital, o filme relata a dificuldade de Einar em se aceitar e até mesmo encontrar ajuda médica, já que os profissionais que o atendiam tratavam de sua condição como perversão ou distúrbio mental. Mesmo muitas décadas depois da realidade apresentada pelo filme, a sociedade brasileira ainda encara a comunidade de transexuais, travestis e transgêneros com preconceito.         É pertinente elencar que, em detrimento dessa questão, a violência é constante no dia a dia desses indivíduos: além da questão cultural, influenciada por convenções sociais e religiosas; a ausência de leis federais que protejam a comunidade trans é um dos principais obstáculos para o combate à transfobia. Esse quadro dificulta a punição dos responsáveis pelas autoridades competentes. Ademais, a falta de debate na sociedade dada a consideração do assunto como um tabu é um dos fatores que impede a conscientização social e o incentivo ao respeito.             É notável que a transfobia tem fortes influências históricas e sociais. Para reverter esse entrave, consta-se que é necessária a ação conjunta do Poder Público na criação e execução de leis que protejam a comunidade trans. Além disso, cabe à mídia e ONGs a criação de campanhas informativas a fim de coibir a violência, pelo uso de comerciais, informativos, palestras e panfletos contra os crimes de ódio e a favor da conscientização, que poderá ser alcançada com a ação conjunta de pais e escola ao tratar de direitos humanos, respeito e valorização da diversidade dentro e fora do ambiente escolar. Desta forma, será possível a construção de uma sociedade menos intolerante.