Enviada em: 27/09/2017

A transfobia é um dos mais graves problemas sociais brasileiro, justamente por sua invisibilidade. Hoje mesmo com um tímido avanço pelas causas LGTB, ainda há muito o que desconstruir numa sociedade formada por opressores e oprimidos. Todos os dias praticamente morre-se por não pertencer ao grupo hétero-cis-normativo, sendo o Brasil campeão mundial em assassinatos contra transgêneros. Isso se dá ,pois vai muito além da agressividade humana nutrida pela ignorância, esse grupo tem seus direitos humanos violados, inexistência de leis que os protejam, e são marginalizados de âmbitos sociais.    É inegável que a falta de conhecimento contribui na criação de estigmas a população trans, visto a dificuldade em enxergar além da visão binária de gênero, muito já formada antes até do nascimento de uma criança. Acreditar que o sexo biológico "XX" ou "XY", necessariamente, pré determina o comportamento e identidade do ser humano na sociedade, maximiza a segregação daqueles que não se identificam com a anatomia de seus corpos. Compreender e respeitar esse processo viabiliza políticas públicas, detentora de meios para realizar uma transição segura, seja ela física ou não.    Embora os Direitos Humanos estejam oficializados na Constituição brasileira, o inevitável choque com ideias petrificadas de falso moralismo por parte da população, acabam por findar a vida de um transgênero na dependência química, prostituição ou suicídio. Muitos passam por vivencias comuns entre eles, como a negação da família, despreparo escolar em abordar o assunto aos alunos, preconceito na área profissional , serviços de saúde inviáveis, atos criminosos subnotificados, e intensa burocratização em legitimar o nome social, trazendo diversos constrangimentos ao longo de sua vida.     Diante desse cenário, portanto, é essencial erradicar o preconceito base de todas as ramificações da transfobia, por meio de visibilidade midiática de fácil acesso a população, como novelas, filmes e campanhas publicitárias, promovendo maior debate e reformulação de ideias discriminatórias. Cabe o Ministério da Educação a criação de um programa escolar nacional que vise contemplar as diferenças, ao inserir livros como "A menina aprisionada" que conta os sofrimentos e dificuldades de crianças e adolescentes transgêneros. Ademais, um maior comprometimento do Estado em conduzir os poderes legislativo, executivo e judiciário na garantia de leis de tipificação como crime hediondo de atos violentos, e também maior investimento em programas como o TRANSCIDADANIA, que promove a autonomia dos participantes para áreas acadêmicas e profissionais.