Enviada em: 25/10/2017

Uma das mais marcantes características da sociedade brasileira é o preconceito, em um primeiro momento praticado contra o negro e o índio, no contexto colonial, hoje, tal fator estendeu-se para a comunidade homossexual. Grupo vítima de uma série de violências, desde assédio moral até assassinatos, situação degradante e extremamente indesejada. Com certeza, as causas que configuram o cenário estão assentadas na herança cultural, presente até hoje e na dificuldade em compreender e aceitar diferenças.       Isso fica evidente ao analisar a motivação das agressões, na maioria dos casos calcadas na simples crença de superioridade do agressor, comportamento relacionado a educação, proveniente tanto do seio familiar, quanto social e escolar, ambientes ainda conservadores e machistas. Como produto, tem-se pessoas centradas em valores excludentes, por aceitarem apenas um grupo, em geral, heterossexuais, brancos, de classe média ou alta. Todos aqueles fora do padrão são marginalizados e muitos acabam vítimas de violência, falsamente legitimada pelas crenças, cuja validade fica no campo do senso comum, pois a Constituição do país coloca todos os cidadãos como iguais.        A imensa dificuldade em aceitar padrões de comportamento diferentes, também contribuí para o preconceito, tendo em vista os fortes sentimentos de medo, aversão e negação derivados, esse fato somado às crenças, potencializa a ação. O cenário, no contexto da elevada taxa de impunidade no Brasil, inibe, na prática, a simples existência de leis coercitivas, situação comprovada pela liderança nacional no ranking de assassinados motivados pelo gênero sexual. Fica evidente a necessidade de mudar os padrões aceitos pela sociedade, através da eliminação da intolerância e aceitação dos "diferentes", pelo que eles são: iguais a todos.       Para tal, o Ministério da Educação precisa agir, com a criação de materiais didáticos, cujo conteúdo aborde o tema preconceito de forma ampla, com foco na transsexualidade, para a compreensão do jovem sobre a origem, meios de propagação, atuação e consequências da homofobia, tal material deve ser inserido na disciplina de sociologia, no ensino médio e discutido com profissionais capacitados. Faz-se imperativa a divulgação do mesmo material, adaptado para o público geral nos meios de comunicação, por peças publicitárias, filmes, teatro e inseridos em novelas com o apoio do Ministério da Cultura, para modificar as errôneas concepções socioculturais. De forma complementar é essencial a ação do Congresso Nacional, tornando as leis mais duras e criando canais de denúncia eficazes e amplos. A partir das medidas adotadas, o problema caminhará para a solução e o país poderá crescer na prática dos direitos estabelecidos em sua Carta Magna.