O artigo 3º da Constituição Federal de 1988 nos diz que um dos objetivos da República Federativa do Brasil é promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Contudo, o artigo em questão não é respeitado, uma vez que a Transfobia persiste na sociedade brasileira. Logo, a intolerância da população e o descaso na saúde pública devem ser analisados como fatores que corroboram a problemática. Em função da grande parcela da sociedade considerar que homens e mulheres possuem papéis definidos para serem desempenhados, além das construções sociais que dão sentido aos nossos corpos e não devem ser alteradas, muitos indivíduos ao apresentarem comportamentos contrários às expectativas das instituições sociais, estão propensos a sofrerem com a violência e a discriminação. Segundos dados estatísticos, o Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo, evidenciando que o ódio e o desrespeito ao diferente são corriqueiros no país. Por conseguinte, o descaso com o qual os transgêneros são tratados na saúde pública, os afastam ainda mais deste segmento. À vista disso, a automedicação e o uso abusivo de hormônios para provocar modificações biológicas são frequentes neste público. Em consequência disso, homens e mulheres morrem todos os anos por causa do uso da medicação indevida, além de complicações em conformidade com a aplicação de hormônios. Assim sendo, afirma-se que as ações governamentais são limitadas, fortalecendo a diferenciação de tratamento para com o público LGBT. Torna-se evidente, portanto, que a transfobia no Brasil precisa ser combatida. Destarte, o Ministério da Educação deve implementar disciplinas nos currículos a fim de promover a discussão sobre as diferenças e a intolerância. Ainda, o Ministério da Saúde deve intensificar as demandas específicas das populações de travestis e transexuais por meio de atos normativos internos, para aproximar este público da prevenção e orientá-los para o tratamento mais adequado.