Enviada em: 18/10/2018

Originária do Oriente Médio, a maconha é uma planta herbácea, composta por cerca de 113 substâncias químicas, dentre elas, os compostos THC e o Canabidiol (CBD); registrada pela primeira vez em 27.000 a.C e utilizada em diversas sociedades antigas como cura natural, se difundiu pela Europa e foi levada pelos mesmos para os continentes africano e americano. Apesar do seu importante valor socio-histórico, a maconha é ilegal em diversos países, inclusive o Brasil, sendo não só marginalizada, como também tendo sua capacidade medicinal muitas vezes ignorada.    Trazida para o Brasil por escravos africanos, disseminou-se entre os índios, que passaram a cultivá-la para consumo próprio, e mais tarde entre os brancos; teve sua produção estimulada pela Coroa Portuguesa e como uma das adeptas ao seu chá, segundo o livro ‘’A Cara do Rio’’, de Ricardo Amaral, a Rainha Carlota Joaquina. Décadas depois, a erva passou a ter seu uso ligado às classes marginalizadas e a ser vista com desprezo pelas classes mais altas; ainda hoje, esse mesmo preconceito é admitido à planta, o que influencia muito para sua ilegalidade jurídica.   No que tange ao canabidiol, ele umas das 113 substâncias encontradas na ‘’Cannabis’’, diferente THC, não produz efeitos psicoativos, e é para muitas pessoas o único meio de aliviar a dor, suavizar ataques epilépticos, diminuir sintomas do Parkinson e da ansiedade; tudo isso graças, principalmente, ao seu poder de interagir com receptores nas células do cérebro e do corpo. O documentário ‘’ILEGAL’’, produzido pela equipe da revista Superinteressante, lançado em 2014, tornou-se uma das melhores ferramentas da causa pró-canabidiol, visto que mostra a luta de várias mães pela regulamentação da maconha medicinal para o tratamento dos seus filhos.    Conhecidos os seus benefícios, resta quebrar esses tabus sobre a uso da maconha em todos os seus aspectos, visto que o mesmo gera mais benefícios que malefícios, portanto, o Ministério da Saúde, em conjunto com deputados e senadores, deve garantir a aprovação legislativa do uso dessa erva para fins medicinais e terapêuticos, e também criar vínculos com pequenos agricultores, para garantir a qualidade do produto e renda dos que produzem. Espera-se desse modo, que não se marginalize novamente um produto tão importante na vida de muitas pessoas e que as mesmas possam ter o direito de utilizar essa substância que melhora muito a qualidade de vida delas, sem sofrerem repressão dos que pouco se informam.