Enviada em: 31/03/2018

Alterando a política de drogas     A ideia de combater o uso de drogas exclusivamente com a repressão penal e policial vem sendo questionada, em especial no que se refere à maconha, considerada por alguns uma ’’droga leve’’, embora esse conceito polêmico não encontre respaldo científico. Será que em países que descriminalizaram e/ou legalizaram seu uso estão tendo resultados positivos? Seria necessário revisar as leis?     O presidente do Uruguai, com o objetivo de reduzir o tráfico e a violência que dele se deriva, liberou o uso da substância. Pouco tempo depois, verificou-se o aumento de assassinatos, principalmente de homens jovens, que em muitos casos se tratavam de ajustes de contas entre pessoas ligadas ao tráfico. Somente quatro anos depois, obtiveram melhores resultados, com a redução de 18% de crimes relacionados ao narcotráfico, segundo consta o site da Folha em 12 de janeiro de 2018.     Em Israel, seu uso medicinal foi permitido e atualmente é usado para o tratamento de 5 mil pessoas que sofrem de doenças como o câncer, Parkinson, esclerose múltipla e outras, de acordo com a publicação da revista Exame em 13 de setembro de 2016. Há diversos casos chocantes em que seu uso é essencial na vida de alguém, como em crianças que convulsionam mais de 70 vezes na semana e que com o uso da erva, conseguem se estabilizar, reduzindo drasticamente o número de ocorrências.     No que se diz respeito ao tráfico, o processo de aprovação deve ser lento e gradual para que todos possam se adaptar, pois se trata de um assunto muito delicado e que interfere no âmbito social e cultural da população. Deve-se levar em conta a discussão sobre a legalização e a descriminalização para fins terapêuticos, dando o direito à vida em seu pleno gozo com a saúde, bem como o direito à dignidade ao indivíduo, que refletem a importância de se revisar as leis e alterar a política de drogas com celeridade.