Enviada em: 22/05/2018

Ao descortinar o século XXI, a contemporaneidade, marcada pela concretização da industrialização contribuiu decisivamente para as modificações das relações interpessoais e dos modos de vida da população. Nessa perspectiva, é indubitável que o avanço da tecnologia impulsionou grandes transformações na acessibilidade das relações entre os indivíduos e o meio em que vivem, contudo, quando não organizadas de forma flexível, tais tecnologias, tornam-se um vício que prejudica a vida da população. Assim, analisar as vertentes que englobam essa temática é imprescindível.              Em uma primeira análise, é factível que desde o avanço dos processos denominados Revolução Industrial e ascensão do capitalismo, perpetuou-se a lógica de um ambiente social que prioriza produtos e mercadorias. Nesse viés, conforme salientou o sociólogo Émile Durkheim, o indivíduo é determinado pelo meio em que vive, devendo assim, seguir certas tendencias para serem aceitos socialmente. Sobre esse ângulo, muitos jovens e adolescentes inseridos nesse contexto, adquirem o hábito de usar excessivamente as tecnologias em pauta, a exemplo, jogos eletrônicos, redes sociais e celulares, repercutindo no desenvolvimento de empecilhos em suas interações sociais, como depressão, agressividade e ansiedade, já que muitas vezes a vida virtual (facilmente modificada) se sobrepõe a realidade.       Outrossim, é notório que a falta de suporte de agentes educadores como família e instituições de educação, contribuem para a fragilidade de muitos indivíduos frente ao uso inadequado das tecnologias. Nesse âmbito, parafraseando a "Alegoria da caverna" de Platão, o indivíduo que mantem-se inerte e não reflete sobre a realidade, pode ser coagido a uma alienação social. Assim, a limitação do amparo aos adolescentes, no que tange ao vício em estar sempre conectado ao ambiente virtual corrobora na falta de flexibilidade desses em usar de forma saudável tais tecnologias, tendo em vista que, o uso excessivo das mesmas é considerado comum na sociedade moderna e, por isso, o indivíduo não costuma ter consciência de seu problema.       É imperativo, portanto, a execução de mecanismos no embate a esse ''fato social'. A priori, cabe ao Ministério da Educação em paralelo com as escolas, implementar debates e diálogos no ambiente educacional, envolvendo pais e alunos, sobre como utilizar as novas tecnologias de maneira resiliente, influenciando no pensamento crítico do aluno, para que o mesmo aprenda a adaptar estas ao seu cotidiano de forma saudável. Cabe ao Governo estabelecer núcleos culturais em locais públicos, ministrados por psicólogos, que alertem sobre o uso excessivos do meio virtual, bem como criar normas para que as empresas tecnológicas nacionais enfatizem em seus produtos o uso racional destes.