Enviada em: 12/07/2018

O filme "Ela", de Spike Jonze, no qual o personagem Theodore se apaixona pela voz de um programa operacional que acabou de comprar para seu computador, evidencia, mesmo exageradamente, a dependência excessiva atual acerca das tecnologias. O fenômeno da era digital tornou as máquinas fundamentais para a vida humana, de tal forma que um dia sem a presença delas torna-se uma ideia cada vez mais utópica. Sob essa perspectiva, é essencial analisar a intensa submissão das pessoas à tecnologia no contexto produtivo e no social.   Primeiramente, cabe dizer que o século XXI mergulhou a maior parte do mundo em um cenário de automação das indústrias e mecanização dos campos. Em países como a Alemanha, já se fala em Quarta Revolução Industrial, momento no qual as máquinas substituem grande percentual da mão de obra humana no processo produtivo para atender a uma demanda cada vez maior. Dessa forma, as novas gerações crescem imersas em um ritmo de consumo que somente a tecnologia pode suprir, aumentando a dependência acerca desta e as taxas de desemprego estrutural.   Além da proeminência da tecnologia na indústria e no campo, ela também é o principal foco do consumismo exacerbado nos grandes centros urbanos. Nesses locais, um forte investimento em propaganda por grandes empresas garante a chamada "criação de necessidades tecnológicas", fazendo as pessoas acreditarem na ideia de a inovação trazida por determinado produto ser essencial  a sua sobrevivência. Steve Jobs se referiu a esse processo ao dizer que as pessoas não sabem o que querem até mostrarem a elas. Desse modo, influenciados por uma mídia de massa, muitos indivíduos tornam-se dependentes dos recursos trazidos por aparelhos eletrônicos, como o entretenimento.   Fica claro, portanto, que a atual submissão às máquinas é um fato e afastar-se dessa realidade é cada vez mais improvável. Por isso, medidas devem ser tomadas para mitigar seus malefícios. Com esse objetivo, governos federais, junto à iniciativa privada, podem implementar cursos de capacitação profissional em diferentes estados, visando a preparar trabalhadores para lidar com os maquinários modernos que chegam ao país e às novas funções oriundas da era digital. Em troca da participação privada nesses projetos, o governo pode oferecer incentivos fiscais. Com isso, as taxas de desemprego estrututal serão, aos poucos, reduzidas. Além disso, a mídia, por meio de telenovelas e propagandas, podem incentivar o entretenimento ao ar livre por meio de esportes e atividades culturais, como visitas a museus. Assim, será possível encarar a inevitável dependência tecnológica de uma forma menos prejudicial.