Enviada em: 01/11/2018

O famoso filme ''Matrix'', dirigido por duas irmãs americanas, traz a ideia assustadora de um mundo dominado pelas máquinas em que a realidade virtual e a irrealidade se confundem. Tal situação, nesse sentido, é análoga às relações atuais no que tange ao vício em tecnologia, o qual causa preocupações. Desse modo, esse fato acarreta problemas não somente ao comportamento do indivíduo, mas também prejudica as relações da sociedade. Logo, é mister atentar-se às consequências e intervir nessa questão.    Em primeira análise, a relação indivíduo-tecnologia de forma abusiva está intimamente ligada às interferências comportamentais. Diante disso, estudos na Universidade da Coreia do Sul apontam que adolescentes viciados em aparelhos eletrônicos têm maior propensão para sofrerem de depressão, ansiedade, insônia e impulsividade. Tais dados são tão alarmantes que até mesmo investidores do mercado de smartphones chamaram atenção a essas pesquisas, pois o mau uso desses dispositivos mostra efeitos negativos como os supracitados. Portanto, as doenças tecnológicas causadas pelo estresse, pelo culto à padronização corporal por meio das redes sociais, além de dependência da interação virtual impactam frequentemente no comportamento e na saúde do indivíduo.    Outrossim, o vício em aparelhos eletrônicos também danifica a relação indivíduo-sociedade. Nesse contexto, o teórico alemão, Albert Einstein, estava certo ao dizer: ''tornou-se aterradoramente claro que a nossa tecnologia ultrapassou a nossa humanidade'', porque, as pessoas estão cada vez mais dependentes das máquinas para interagirem. Ou seja, a sociedade viciada em tecnologia configura-se mais individualista e menos sociável no mundo real, assim como é explicado pelo sociólogo, especialista em relações pós-modernas, Zygmunt Bauman. Isso é flagrado diariamente nos lares quando cada membro da família ocupa-se em uma atividade eletrônica, deixando em segundo plano as interações corpo a corpo, o que estimula não raramente relacionamentos superficiais.    Destarte, para amenizar os efeitos e construir uma relação saudável com a tecnologia, cabe às empresas midiáticas conscientizar os usuários, por meio de propagandas com youtubers e celebridades da internet incentivando a valorização das atividades cotidianas que não necessitam de tecnologia, visto que, dessa forma, será alcançado o máximo de pessoas, ajudando a desacelerar o uso excessivo de eletrônicos. Ademais, as instituições educacionais devem alertar os estudantes e as famílias sobre a individualidade causada pela tecnologia, por meio de palestras em reuniões escolares que abordem tal temática com exemplos do cotidiano, como um jantar de família em que todos estão atentos apenas aos celulares, objetivando despertá-los a interações que enriqueçam os laços sociais.