Enviada em: 30/10/2018

Jacinto, personagem do livro a Cidade e as Serras, um burguês que vive em Paris, signo da modernidade durante a revolução industrial, e amante das tecnologias da época, como o telégrafo e o automóvel. Contudo, esse “amor” é, na verdade, um vício, pois na ausência das tecnologias oferecidas pela cidade, ele torna-se melancólico e tem dificuldades de compreender o mundo ou as pessoas. A realidade dessa personagem é vista em alguns brasileiros dependentes e viciados em tecnologias, algo que gera problemas de saúde e sociabilidade. Isso mostra como as "máquinas" podem trazer malefícios.               Precipuamente, quanto a possibilidade de enfermidades provindas do uso das tecnologias atuais, vale destacar a dependência de jogos digitais, pois, segundo a Organização Mundial da Saúde, ela já pode ser considerado uma doença. Assim, aqueles com esse distúrbio possuem dificuldades para se desprenderem das opções oferecidas, por exemplo, por jogos em que há a construção de “vidas virtuais”, como em “The Sims”, em que o jogador desenvolve amizades, casamentos e empregos virtuais. Assim, uma pessoa pode se desprender da realidade e desenvolver um vício construído consoante uma falsa vida.                 Além disso, a dependência em tecnologia pode levar à dificuldades no processo de sociabilidade. Isso pode acontecer em momentos como refeições com a família, em que os indivíduos à mesa ficam entretidos em aplicativos de celular, enquanto poderiam estar fortalecendo laços, por meio do compartilhamento de experiências. Ao fazer isso as pessoas perdem momentos em que construindo laços e momentos marcantes com familiares, algo que contribui não só para o lazer, mas também para o autoconhecimento, já que, a partir do contato humano, há o conflito e a confluência de valores e crenças. Por conseguinte, constroem-se memórias e transmutam-se identidades, algo que não seria possível com simples “cliques” ou “curtidas” em redes sociais.      Em suma, para arrefecer a dependência em tecnologias, o Ministério da Educação deveria, por meio de eventos públicos em centros culturais e escolas, promover palestras com psicólogos, que sinalizariam que o uso indiscriminado em tecnologias afeta a sociabilidade e o consequentemente, o desenvolver da identidade. Isso levaria a mudança ou prevenção de hábitos. Além disso, o Ministério da Saúde, em conjunto com a mídia, deve retratar, por meio de propagandas na internet, que o vício em tecnologias é algo real e preocupante, visto que é percebido, por exemplo, naqueles tornaram-se doentes, por serem viciados em jogos digitais. Assim, essa e outras doenças serão prevenidas e tratadas por muitos.