A série de streaming Black Mirror traz, em grande parte de seus episódios, a tecnologia como elemento principal da sua narrativa. Não tão distante, no Brasil é possível observar o aumento da dependência da população em relação aos aparelhos eletrônicos, haja vista que estes participam do cotidiano de muitos brasileiros. No entanto, o uso descontrolado e sem critérios pode trazer consequências, como a nomofobia. Em primeiro plano, considera-se que, na sociedade moderna, a necessidade dos meios econômicos para a execução de atividades cada vez mais simples contribua para o surgimento desta dependência. No princípio, a Revolução Tecno-Cientifica trouxe a modernização tecnológica, ao passo que a globalização exigia um mundo mais conectado. Nesse contexto, a proposição do filósofo Rousseau torna-se real, uma vez que os homens nascem livres, mas encontram-se acorrentados às influências do mundo externo. Assim, aparelhos como o computador e o celular foram desenvolvidos com a finalidade de integrar os conceitos, incisos em massa na sociedade desde então. Como consequência, este fato é responsável pelo surgimento de novos distúrbios prejudiciais à saúde. A nomofobia, por exemplo, é uma condição pouco conhecida caracteriza pelo medo irracional de permanecer sem o aparelho eletrônico. Segundo o psicólogo Fabio Alves dos Reis, cerca de 30% dos brasileiros têm uma relação abusiva com a internet. Para especialistas, este problema é semelhante a outros vícios, como o alcoolismo, e pode desencadear sintomas, como crises de ansiedade e uso excessivo das redes sociais. Ademais, a falta do aparelho celular afeta não somente o bem estar, como também a vida social do usuário, prejudicando seus relacionamento familiares ou de trabalho. Infere-se, portanto, que a dependência digital tornou-se um problema que precisa de solução. Para tanto, cabe ao Ministério da Saúde, em parceria com o CONAR, proporcionar à população, por meio de propagandas, abordagens acessíveis que alertem sobre os perigos do uso excessivo da tecnologia. Além disso, em casos mais graves, é fundamental a criação de grupos de apoio pela Secretária da Saúde de cada município, a fim de promover a reabilitação dos dependentes. Somente assim, será possível promover o conhecimento à população de modo que auxilie no desenvolvimento de uma sociedade saudável e munida contra os perigos de um mundo cada vez mais modernizado.