Enviada em: 18/04/2017

Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a ausência de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é característica da “modernidade líquida” vivida no século XXI. Nesse sentido, a atual dependência tecnológica, ao insensibilizar as relações interpessoais e colaborar com o surgimento de novas patologias emocionais, reflete, indubitavelmente, essa realidade.        Diante disso, é possível afirmar que o uso excessivo das novas tecnologias gera dependência à medida que se transforma no principal canal de veiculação de opiniões pessoais. Nesse contexto, Albert Einstein, ao refletir sobre o desenvolvimento tecnológico de sua época, afirmou que: “tornou-se aterrradoramente claro que a nossa tecnologia ultrapassou nossa humanidade”. Dessa maneira, o sábio físico, expressando toda sua indignação, referia-se a substituição do contato pessoal pelo virtual e, consequentemente, previa o distanciamento gerado pelas redes sociais.        Some-se a isso o caráter progressivo dessa dependência que, atingindo níveis extremos, desencadeia uma série de transtornos mentais. Assim sendo, a nomofobia, caracterizada pela sensação de mal estar, irritabilidade e agitação provocada pela abstenção do uso do celular por algumas horas, é um exemplo dessa drástica compulsão que, por sua vez, traz uma série de prejuízos no desempenho escolar e laboral.             A dependência tecnológica, portanto, é uma preocupante realidade a ser superada nos dias de hoje. Dessa forma, cabe ao Governo Federal, por meio da implantação de uma política de educação digital, fornecer treinamentos e palestras para estudantes do ensino fundamental a fim de esclarecer dúvidas sobre o uso consciente das redes sociais. Por fim, o terceiro setor, através de atividades ocupacionais de reabilitação interpessoal, deve fornecer assistência em psicologia àqueles portadores de distúrbios emocionais relacionados à compulsão por tecnologia. Só assim a modernidade líquida, representada pelas atuais formas de dependência tecnológica, será combatida e contornada nos próximos anos.