Enviada em: 29/04/2018

Segundo Karl Marx, sociólogo inglês, as transformações ao longo da história ocorriam quando as contradições inerentes ao bom funcionamento da vida em sociedade se tornavam insustentáveis. Partindo desse pressuposto, o notório inchaço e o crescimento de favelas brasileiras, haja vista uma sociedade capitalista, bem como o descaso Estatal, revelam-se como as contradições mais perversas de uma sociedade em desenvolvimento que necessita de transformações. Nesse âmbito, convém analisar as vertentes que englobam tal problemática.             Em primeiro plano, a contemporaneidade, marcada pela exacerbação capitalista tem sido campo fértil para a exclusão social de alguns grupos, economicamente, inferiores. Nesse sentido, com a grande demanda populacional por espaços nos grandes centros urbanos, e consequente valorização das habitações centralizadas (fenômeno conhecido como "Gentrificação"), faz com que muitos indivíduos não tenham condições de manter-se nesses locais, haja vista o aumento do custo de vida, bem como o enobrecimento e mudança social do local, ocorrendo, assim, a marginalização de tais famílias de baixa renda. À vista de tais preceitos, infere-se que o viés capitalista influencia diretamente na transferência da população para conjuntos periféricos.              Outrossim, vale ressaltar também a falta de desvelo do Estado no que tange a assistência a esses locais. Nesse contexto, segundo o filósofo Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio de direitos inalienáveis, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. Tal ideal é contrariado na medida em que observa-se a insalubridade e precariedade das favelas brasileiras, com moradias construídas irregularmente nas encostas de morros, com falta de saneamento básico, bem como escolas e locais de lazer, o que, de fato, desfavorece o desenvolvimento dessas regiões. Assim, torna-se evidente que um Estado que não equilibra suas ações políticas esteja entre as causas do problema.           Para que se amenize esse cenário problemático, portanto, faz-se necessária a atuação governamental em parceria com grandes construtoras que visem a redução de impostos, a criação de conjuntos habitacionais (casas populares), de modo que, por um preço acessível, tais famílias desalojadas não precisem voltar-se para locais inóspitos. É imprescindível, ainda, que as secretarias municipais amparem regiões marginalizadas, com a criação de centros educacionais e locais de lazer, bem como propicie o saneamento básico de tal população, a fim de criar uma sociedade equilibrada socialmente, pois, conforme afirmava o humanista Mahatma Gandhi, "se queremos progredir, devemos cuidar agora do bem-estar de todos".