Enviada em: 01/06/2018

Outrora o êxodo rural, êxodo urbano e imigração foram processos que colaboraram para a construção do cenário do país. Já nos dias atuais o principal modificador da paisagem não só em relação ao Brasil, (mas também considerando outrem países ou cidades) é o processo de gentrificação que se assemelha a um projeto de revitalização urbana e se apoia na ideia de que obras públicas beneficiam a todos, porém isso não passa de especulação imobiliária e não é motivada pelo interesse público, mas sim no privado, logo tende a ocorrer em bairros centrais, históricos ou com potencial turístico. Porém, como isso afeta as pessoas que vivem nesses lugares? E por que isso acontece?  Um exemplo desses acontecimentos é o Bairro de Williamsburg em Nova Iorque, cujo único ponto atrativo era a paisagem fazendo com que artistas e artesãos locais migrassem para lá em busca de aluguéis baratos e boa localização. Este movimento se intensificou até virar um dos maiores casos de gentrificação que se tem conhecimento: hoje, é um dos bairros mais badalados do mundo, que dita algumas das referências de moda, música, arte e gastronomia da sociedade ocidental. O processo foi tão grande que alguns dos próprios gentrificadores, precisando fugir do alto custo de vida, se mudaram para o bairro vizinho, Bushwick.   Em situações de categoria industrial,  moradores antigos de bairros gentrificados não apenas não foram “expulsos” por conta da valorização imobiliária, como conseguiram, por causa da gentrificação, ampliar suas rendas.  Ao relacionarmos o tema dessa redação com o processo de gentrificação podemos notar que estão intimamente ligadas, isso posto, conclui-se que as cidades passam por um processo de reestruturação que por sua vez está cada vez mais ligada aos interesses privados, envolvendo assim um processo de exclusão para com os demais habitantes do lugar. Consequentemente, a cidade é para aqueles que tem interesse de investir no potencial do lugar e que possuem uma boa renda econômica.