Enviada em: 25/04/2019

As problemáticas que envolvem a vida urbana no século XXI são, até para os olhos menos atentos, umas das maiores adversidades da atual sociedade. Advindo da Revolução Industrial no século XX, o processo de êxodo rural, que consiste na migração em grande número de pessoas do campo para as cidades, foi e ainda é feito de maneira extremamente desordenado, de modo a trazer inúmeros problemas sociais e econômicos para o espaço urbano, como a segregação urbana por exemplo. Nessa dinâmica, cabe a análise de duas direções: a favelização como consequência imediata do crescimento desorganizado e os resultados deste processo para a população.    Ao partir dessa realidade, a expansão das cidades traz inúmeras consequências, e a favelização, por exemplo, é uma delas. De modo a revelar os efeitos das desigualdades socioeconômicas que marcam a produção do espaço e contribuem para a segregação urbana e cultural das classes menos abastadas, o surgimento das favelas está diretamente relacionado a macrocefalia urbana, onde o Estado não consegue oferecer condições estruturais para o atendimento mínimo de boa parte da população, de modo a deixar as pessoas que ali residem abandonadas e sem infraestrutura mínima, como escolas sucateadas, postos de saúde lotados, transporte público sem integração e saneamento básico precário, por exemplo. Os dados do IBGE de 2010 mostraram que cerca de 11 milhões de brasileiros moram nesses assentamentos irregulares, de modo a denunciar essa realidade vivida pelo país atualmente.     Nesse viés, os resultados deste processo para a população corroboram de maneira significativa para a problemática. Ao serem expulsas das áreas centrais da cidades brasileiras, seja pelo alto preço dos imóveis da região ou ainda pela supervalorização de locais que antes abrigavam a população menos abastada e que agora apresenta somente escolas e supermercados elitizados, processo esse conhecido como gentrificação, por exemplo, as pessoas que não tem condição de manter o padrão de vida nesses locais, vão em direção as periferias, onde constroem moradias sem infraestrutura, com a falta de energia elétrica e rede de esgoto, por exemplo, de modo a aumentar mais a desigualdade.    Dessa maneira, cabe ao Ministério da Cidadania ampliar os projetos de construção de moradias à preços acessíveis e em lugares mais perto do centro e com toda a infraestrutura necessária para as pessoas que ali irão residir, com escolas e postos de saúde de qualidade, por exemplo, com a finalidade de diminuir as favelas e consequentemente as desigualdades. Ademais, cabe ao Ministério da Justiça evitar que mais bairros passem pela gentrificação por meio de ações afirmativas, como foi feito em Paris, na França, por exemplo, onde a prefeitura terá o direito de impedir a venda dos imóveis com a finalidade de convertê-los em moradias subsidiadas.