Enviada em: 30/09/2017

A transição do período paleolítico para o neolítico provocou mudanças expressivas na vida do homem, pois, não só o sedentarismo surgiu, mas sim a percepção da expansão do lugar em que se vive, posteriormente o processo de urbanização. Logo, o processo de urbanização brasileira iniciou-se de maneira errônea, visto que, desde os seus primórdios foi feita de forma excludente e preconceituosa, além disso foi desordenada, via metropolização e sem o devido planejamento urbano.    Ademais, durante o Segundo Reinado com as reformas de 1850, o estado criou uma política que visava o aumento de arrecadação financeira, privatizando a terra e proibindo os escravos e imigrantes de possuírem qualquer tipo de terra, e criou também a absurda política do embranquecimento, ou seja, excluíndo o direito de moradia dos negros, escravos e imigrantes. Nesse sentido, as consequências das reformas de 1850 perduram até os dias contemporâneos, uma vez que corroborou para o surgimento de favelas, desemprego, violência e a discriminação contra esses cidadãos.    Outrossim, a obra O cortiço de Aluísio de Azevedo publicada em 1890, retrata de forma explicita a realidade brasileira daquela época, deixando nítido a falta de planejamento do governo, provocando uma enorme desigualdade social. Nessa perspectiva, muitos enigmas retratados no livro continuem a se reproduzir no Brasil no século XXI, por exemplo, a gentrificação que está cada vez mais comum nas grandes cidades, beneficiando as pessoas com maior poder aquisitivo e prejudicando aquelas que são mais pobres.    A problemática da vida urbana no século XXI, portanto, trata-se de uma mácula que deve ser solucionada gradativamente. Sendo assim, o Estado deve através do Ministério da Educação gerar cursos profissionalizantes para as pessoas que vivem em situações deploráveis, nas favelas ou em qualquer local insalubre, com aulas que preparem os cidadãos para o atual mercado de trabalho. Além disso, o Ministério das Cidades deve criar complexos habitacionais para as vítimas da gentrificação, com o intuito de dar a oportunidade de uma moradia segura, com acesso à saúde, segurança e educação.