O processo de urbanização no Brasil teve início no século XX, a partir do processo de industrialização, que funcionou como um dos principais fatores para o deslocamento da população da área rural em direção a área urbana. Diante disso, as cidades passaram a abrigar um intenso fluxo de pessoas e serviços, que foram essenciais para o crescimento e desenvolvimento de várias cidades. Por outro lado, esse processo ocorreu de forma rápida, irregular e desordenada, propiciando uma série de problemáticas sociais, gerando exclusões significativas na população. O crescente desenvolvimento urbano em decorrência do grande fluxo migratório em direção às áreas de maior oferta de emprego do país, acentuou enormes desigualdades sociais nos centros urbanos. Muitas pessoas que chegavam as cidades não possuíam escolaridade e acabavam ficando desempregadas, aumentando, assim, os índices de pobreza e violência.Como consequência disso, ocupações irregulares nas principais capitais brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo surgiram, dando origem as favelas, o que reflete diretamente no processo de exclusão social. A crescente urbanização nas cidades favorece a instalação empresarial. Isso traz serviços modernos e com custos elevados.Tornando algumas regiões das cidades mais valorizadas, o que encarece os preços dos terrenos e eleva os custos sociais, proporcionando o afastamento das populações mais pobres e a ocupação pela população mais rica. Em decorrência disso, a população de menor poder aquisitivo carece de acesso a saneamento básico, espaços de lazer e infraestruturas adequadas, além de enfrentar problemas de mobilidade urbana. Isso reflete diretamente no processo de segregação socioespacial, fragmentando o espaço urbano em uma divisão de classes. Portanto, percebe-se que as cidades apresentam grandes dificuldades em fornecer acesso a bens e serviços de qualidade de forma igualitária. Assim, é necessário que haja politicas públicas visando fornecer cursos profissionalizantes em larga escala para população mais carente, possibilitando inserção no mercado de trabalho e aumento de poder aquisitivo, além da criação de oportunidades de emprego. É essencial que o Poder Público disponibilize investimentos para adequar a infraestrutura urbana e fornecer serviços com custos mais baixos à população mais pobre. Os cidadãos por sua vez, devem assegurar seus direitos, através de Ongs e movimentos que busquem combater a desigualdades urbanas, objetivando transformar a cidade em um lugar para todos.