Enviada em: 23/07/2018

Atos de violência de gênero são frequentes na sociedade brasileira. Pois o pensamento atual é fruto de um processo histórico que, além de acirrar as desigualdades, naturalizou práticas abusivas que ameaçam a cidadania das mulheres. Nesse sentido, estupros, intimidações e silenciamento ocorrem abundantemente. Porém, ambientes supostamente isentos de tais mazelas, como o ambiente acadêmico, também são espaços de violência. Portanto, o Estado precisa empreender esforços substanciosos no sentido de apurar crimes e proteger as vítimas dessa perversa lógica.        Assim, o modelo patriarcal de organização social é uma herança que remonta à Grécia Antiga, quando mulheres eram silenciadas e oprimidas pois não podiam participar ativamente da política. Dessa forma, atualmente, mulheres são ignoradas e até ridicularizadas quando denunciam casos de abuso sexual. No entanto, as universidades brasileiras são constantemente apontadas como um ambiente hostil às mulheres. Tal fato é evidenciado pelo crescente número de denuncias de estupro e por dados que mostram que quase metade das estudantes brasileiras já sentiram medo de serem violentadas dentro da universidade. Logo, um programa que priorize a proteção desses vítimas precisa ser pensado com urgência.       Porém, para compreender os entraves na resolução da violência de gênero dentro das universidades não basta apenas constatar a triste condição desigual. Pois a corriqueira associação de segurança aos ambientes estudantis é uma falácia assegurada pela falta de transparência dos corpos administrativos. Além disso, o ser humano tende a reproduzir comportamentos normativos, ou seja, que são comuns aos diversos âmbitos da sociedade, como a violência de gênero por exemplo. Nessa perspectiva, um compromisso por parte do diretório acadêmico em priorizar a integridade física e moral dos indivíduos em detrimento do status da instituição e uma educação social que vise conscientizar a população nos seus vários campos de atuação são fundamentais para o combate à violência.         Portanto, percebe-se que as práticas de violência contra a mulher na universidade devem ser enfrentadas. Primeiramente, visto a complexidade da situação, é necessário que o serviço de inteligência da Polícia Federal , auxiliado pela atitude transparente do diretório acadêmico, apure e investigue delitos baseando-se nas denuncias das prováveis vítimas. Contudo, porém, o modus operandi da sociedade é regido por uma construção cultural que desprivilegia e ameaça as mulheres. Então, cabe ao Ministério da Educação e ao Ministério da Cultura a promoção de debates sofre violência de gênero, dentro e fora do ambiente universitário. Dessa maneira, pode-se pensar em um ambiente estudantil propício ao indivíduo, independente de seu gênero.