Enviada em: 25/07/2018

Em busca de igualdade        A Declaração Universal dos Direitos Humanos - norma observada na constituição das leis brasileiras - visa assegurar a dignidade de todos os indivíduos, sem distinção. No entanto, a violência de gênero não é um fenômeno incomum nas universidades do país e ameaça a integridade física e emocional da mulher, sujeita a possibilidade de estupro e desestimulo intelectual. Assim, é imprescindível que essa espécie de discriminação no âmbito do ensino superior seja mitigada pelos agentes sociais e institucionais responsáveis.        Dado o exposto, tal situação é problemática por ir de encontro com a libertação das mulheres observada nas sociedades ocidentais, em geral, e aos avanços históricos de grupos feministas - como as sufragistas francesas, pioneiras na luta pelo direito das mulheres -. Nesse sentido, a deturpação do ambiente das universidades pelas diversas formas de machismo é um fator em potencial para a evasão feminina e, por consequência, falta de qualificação profissional que prejudica o estabelecimento da igualdade de gênero. No contexto, é inaceitável que o Estado Democrático brasileiro, pautado pela isonomia, seja guiado por tal status quo.       Por outro lado, a manutenção da conjuntura é devida a natureza autocentrada dos indivíduos modernos, já que, segundo a sociólogo Zygmunt Bauman o individualismo é uma das principais características da pós-modernidade. Desse modo, é frequente que os casos de violência de gênero não gozem da repreensão devida, pelo fato de episódios desse tipo serem prejudiciais para a imagem da universidade diante a mídia; logo, a falta de punição devido ao egoísmo dos agentes internos responsáveis provoca a inalteração do quadro. Portanto, urge a adoção de medidas que estimulem o desenvolvimento da empatia necessária para com as vítimas, no intuito de tornas as universidades um ambiente seguro.        Em conclusão, a observância da Declaração dos Direitos Humanos na realidade brasileira exige ações conjuntas entre Estado e Sociedade. Portanto, os cidadãos devem se unir, por meio das redes sociais, para provocar debates capazes de desconstruir o preconceito contra a mulher no ensino superior e despertar empatia em relação a causa. Ademais, o Governo Federal, via decreto, deve disponibilizar um número para a denúncia anônima de casos de violência de gênero nas universidades, para a apuração de ocorrências e posterior punição dos envolvidos, a fim de erradicas essa espécie de discriminação nesse âmbito e torná-lo democrático.