Karl Marx acerta ao dizer que é preciso modificar o mundo, afinal, ainda hoje indivíduos sofrem objetificação baseada em gênero. Dito isso, combater a violência de gênero nas universidades é buscar estabelecer uma sociedade que preze sempre por valores coletivos. Assim, discutir publicamente esse problema e regulamentar maneiras de combatê-lo são questões fundamentais para resolver tal óbice. Importa considerar, de início, que o Instituto de Pesquisa e Estatística Aplicada mostrou que 65% dos entrevistados concorda com a afirmação: "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas". Nesse contexto, tem-se evidente a cultura de culpabilização da vítima, que pode, e deve, ser desconstruída, sendo ela um importante agravante na violência de gênero que ocorre na sociedade. Por esse motivo, a divulgação e discussão sobre os conceitos de violência são fundamentais na resolução dessa problemática É válido lembrar, também, que Montesquieu, em sua obra "O Espírito das Leis", diz que liberdade é fazer tudo aquilo que a lei permite. Nesse sentido, universidades tem negligenciado as denúncias por parte dos alunos, e inclusive os encorajado a manter o silêncio, o que perpetua as atitudes criminosas e torna insegura a estadia dos estudantes na instituição. Portanto, instaurar departamentos especializados nesse tipo de crime é um claro avanço na segurança acadêmica. Convém, então, que a Secretaria de Comunicação, junto com o Ministério da Cultura, estabeleçam campanhas, por meio de mídias sociais ou meios de comunicação em propagandas e novelas, que abordem o tema da violência de gênero a fim de conscientizar a população sobre o tema. Paralelamente, o Senado Federal, deve estabelecer, por meio de lei, um departamento especializado em crimes de gênero dentro das universidades, que deve contar com estagiários acadêmicos dos cursos de direito e psicologia, com o intuito de fornecer infraestrutura apropriada para acolher as vítimas, e, finalmente, seguindo Marx, promover modificações no mundo.