Enviada em: 31/08/2018

Dante Alighieri, escitor de Divina Comédia, diz em seu livro que no inferno os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise. Talvez hoje falta-se espaço para tanta gente nas profundezas, pois, a conduta de indiferença de muitos diante dos inúmeros casos de violência contra mulheres no ambiente universitário é no mínimo grave. Diante disso, os números abusos aumenta e persiste fortemente a mentalidade machista na sociedade, onde a mulher é tratada como um objeto sexual e sua inserção do meio acadêmico fica dificultada.       Por certo que uma das causas da continuidade do problema seja constitucional. Segundo Thomas Hobbes, "o homem é o lobo do homem", ou seja, não é um ser sociável por natureza, e o Estado, através do contrato social deve intervir nas relações para tentar harmonizar essas relações. No Brasil o que é visto é o Estado falhando em realizar o que lhe é proposto; haja vista que, o direito de ir e vir assegurado pela constituição não esta sendo respeitado nas universidades. Como mostra uma pesquisa realizada pelo site Vix onde foi constatado que entre alunas universitárias 42% já sentiram medo de sofrer violência e 36% já deixaram de fazer alguma atividade na universidade por medo de sofrer violência.       Além disso, segundo o site Veja, a maioria dos casos de abusos contra mulheres acontecem em festas universitárias, expondo assim a forma de pensar machista e aproveitadora do estuprador. De acordo com Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de homogeinizar o pensamento dos individuos. Seguindo essa linha de raciocínio vemos como a sociedade machista molda as pessoas a aceitarem certas formas de abusos como se fossem naturais, como é o caso de aproveitar-se de mulheres vulneráveis pelo álcool. Assim, a continuação do pensamento da mulher como objeto é transmitido de geração a geração, e funciona como base forte para a perpetuação do problema.        Conclui-se, desse modo, que essa violência institualizada nas universidades é um atraso na luta de gênero para o Brasil. Sendo assim, cabe ao Governo Federal, atráves do ministerio da educação, a criação de centros de discussão e atuação nas universidades, com o objetivo de acolher as vítimas, apoiando-as juridica e psicológicamente. Além disso promover a conversa entre a comunidade acadêmica para a promoção de campanhas encorajadoras de denúncia dos casos, e a reprovação deste atos de muito institualizados na sociedade. Só assim, poder-se-á elevar o Brasil á uma sociedade de carater moral, e que o Inferno de Dante não seja o destino do país.