Aprendizado platônico De acordo com Platão, filósofo grego, aprender é mudar posturas. Nesse sentido, nota-se que, nas universidades brasileiras, o aprendizado platônico é uma realidade distante do atual aprendizado universitário, face a ocorrência de atos de violência de gênero entre seus discentes. Percebe-se que essa violência decorre, principalmente da cultura machista e da falta de preparo das instituições universitárias para atuarem diante desses atos. Primeiramente, analisando-se as estatísticas dos casos de violência de gênero no ambiente universitário brasileiro, verifica-se que o percentual maior de vítimas são mulheres e pessoas de gênero diferente do masculino. Dessa forma, constata-se que esse comportamento advém, majoritariamente, da cultura machista. Por conseguinte, cabe às universidades promoverem uma formação discente voltada não somente para o saber científico, mas, também, de respeito aos direitos da pessoa humana, inclusive o direito à liberdade de gênero. Ademais, percebe-se que as instituições universitárias brasileiras não sabem lidar com esses atos de violência de gênero que ocorrem nas suas dependências. Por consequência, as vítimas são desestimuladas a denunciar, contribuindo para manutenção dessa postura agressora. Então, devem mencionadas instituições se adequarem no sentido de buscarem um efetivo combate a esses casos de violência entre seus discentes. Entende-se, portanto, que a conduta machista e o despreparo das universidades brasileiras estão no cerne dessa problemática. Desse modo, é preciso que referidas instituições criem comissões específicas para atuarem frente à violência no ambiente universitário: promovendo palestras informativas à comunidade acadêmica de que violência de gênero é crime, passível de punição; bem como, procedendo ao recebimento de denúncias e garantindo assistência estudantil às vítimas. Assim, poder-se-á mudar essa postura intolerante à diversidade de gênero, e dessa forma, aproximar-se-á o aprendizado universitário do aprendizado platônico.