Enviada em: 23/10/2018

A Constituição Federal de 1988 garante igualdade aos cidadãos brasileiros, sem distinção de raça, cor ou gênero. No entanto, quando observa-se a violência contra a mulher presente nas universidades brasileiras, é notório que tal ação não é aplicada de fato. Nesse sentido, é pertinente averiguar as principais causas dessa grande chaga social.    Em primeiro plano, deve-se pontuar que a raiz desse problema encontra-se em valores culturais brasileiros. De acordo com Simone de Beauvoir, ser mulher não é apenas um fator biológico, como também histórico e cultural. Nesse sentido, a teoria da autora encaixa-se na realidade brasileira, haja vista os dogmas patriarcais perpertuados nas universidades do país. Tal conjuntura é intensificada com agressões, assédios e estupros, que, lamentavelmente, fazem parte do cotidiano de mulheres universitárias. Desse modo, o ambiente que deveria ser destinado aos estudos acadêmicos, ganha um novo protagonista: o machismo.    Outrossim, é necessário culpabilizar a negligência presenciada nas universidades. Diante disso, é importante citar o pensamento de Antonio Gramsci, grande pensador do século XX. O filósofo conceituou que o papel das instituições de ensino é emancipar e livrar os alunos de amarras sociais. Conquanto,  quando se trata da conduta das escolas de ensino superior do Brasil, é perceptível que o princípio de Gramsci não é justaposto. Isso se impulsiona porque a direção universitária silencia as vítimas de violência de gênero, com o intuito de evitar polêmicas e envolvimento jurídico. Dessa maneira, essas instituições fomentam e cumpliciam agressões físicas, morais e verbais.      Infere-se, portanto, que a opressão derivada do machismo é uma grande mazela social presente no âmbito universitário. Diante disso, é necessário tomar medidas para dissipar esse mal. Nesse sentido, as universidades em associação com a mídia devem incentivar as denúncias. Isso seria feito por meio da criação de programas de apoio situados nas instituições de ensino superior, com boa estrutura para acudir as vítimas física e moralmente. Tais projetos devem encaminhar os casos para a Delegacia, com o intuito de punir os culpados. Além disso, essas mecanismos seriam divulgados pela mídia, através de campanhas publicitárias que exibam os resultados do amparo psicológico e as consequências de comportamentos machistas nas universidades brasileiras. Sob tal perspectiva, espera-se que a igualdade de gênero proposta pela Carta Magna se torne realmente vigente.