Enviada em: 08/10/2018

A supremacia de gênero nas universidades do Brasil       A violência de gênero não é um problema nascido na contemporaneidade, já no século XX a filósofa francesa, Simone de Beauvoir, fortalecia e difundia a luta por sua supressão. Apesar de amenizado na sociedade brasileira, tal problema ainda persiste principalmente no que tange as universidades do país, meios os quais vêm servindo de cenário para cenas preocupantes de agressões contra as mulheres, praticadas tanto por professores quanto por colegas. Nesse sentido, a cultura somada a falta de amparo social e judiciário, confluem para sua perpetuação.        Em primeira análise, o abuso de poder age de forma silenciosa, coagindo a vítima a não denunciar. Bem como construído na história antiga, a cultura patriarcal predomina nos dias atuais, assegurando o domínio dos homens - principalmente quando este ocupa posição privilegiada em determinado meio - sobre as mulheres. Nesse contexto, a relação entre professor e aluna, por exemplo, instrumentaliza os atos violentos hierarquizados, os quais, conforme dados do Data Popular, fazem parte da vida acadêmica de 52% das mulheres, que são menosprezadas e diminuídas simplesmente por serem mulheres. Assim sendo, desconstruir a base de tal cultura e punir os agressores, se faz essencial.         Além disso, a falta de informação e de medidas de amparo e prevenção às vítimas favorecem a continuidade do problema. Bem como deve se preocupar com a qualidade da formação profissional dos alunos - priorizando a abordagem dos conteúdos competentes e necessários para tal - as universidades, enquanto instituições educacionais, devem preocupar-se, igualmente, com a formação social e o bem estar de seus alunos e professores enquanto indivíduos, fazendo do espaço acadêmico local de discussão para as mazelas sociais e formas de detê-las.         Portanto, medidas devem ser tomadas. Visando desconstruir, em sua base, a cultura que fortalece o problema, cabe às escolas abordarem as questões de gênero em sala de aula desde as séries inicias, mediante debates e apresentação de documentários. Às universidades, cabe promover palestras - ministradas por ONGs de apoio às mulheres vítimas de violência - que visem elencar todos os tipos de agressão correlatos, a fim de instruir e amparar tanto docentes quanto discentes, buscando transformar o pensamento coletivo. Não menos importante, ao judiciário cabe criar uma lei específica que puna os agressores, na tentativa de acabar com o abuso de poder vigente. Dessa forma, será possível, futuramente, fazer da luta histórica de Beauvoir, uma vitória.