Consoante a Jean-Paul Sartre, "a violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota". Tomando como base o pensamento do filósofo contemporâneo, observa-se que a violência, infelizmente, ainda se faz muito presente na sociedade brasileira, inclusive nos ambientes universitários, onde a violência de gênero vem tornando-se cada vez mais recorrente. Dessa forma, as práticas hediondas de agressão seguem ligadas à realidade das universidades brasileiras, seja pelo livre arbítrio praticado por uma minoria, nos campus universitários, seja pela negligência das universidades em apurar os casos de desrespeito. Convém ressaltar, em primeiro lugar, que alguns campus universitários são regidos de "tradições" instituídas pelos próprios alunos, e são muitas vezes impostas aos outros discentes. Dessa forma, os famosos trotes, e as festas desenfreadas, onde o uso de drogas é recorrente, servem como desculpa para extrapolar os limites do bom senso. Por conseguinte, práticas violentas, tais como os casos de estupro, a violência aos homossexuais, os atos racistas; tornam-se repetitivos e isentos de punição. Outrossim, destaca-se a negligência da administração das próprias instituições superiores em apurar os casos de violência como um impulsionador do problema. Segundo Thomas Hobbes, a sociedade necessita de um instrumento que regule as ações dentro do Estado. De maneira semelhante, é conveniente dizer que a não apuração dos casos de violência dentro das universidades acarreta a desordem, uma vez que os praticantes da violência de gênero seguem impunes e, consequentemente, voltando a replicar os atos citados anteriormente. É evidente, portanto, que ainda há entraves para a erradicação da violência de gênero dentro das universidades. Destarte, as reitorias das universidades precisam expor limites a qualquer evento promovido pelos alunos, nas universidades, através de um referendo que liste todas as limitações, tais como: não fazer uso de drogas ilícitas, não praticar violência contra os outros alunos, seja ela física ou verbal, dentre outras. Essas imposições têm o intuito de manter a ordem dentro do ambiente universitário, sendo que seus desacatos poderão gerar medidas punitivas a quem desrespeitá-las. Além disso, é necessário que as universidades disponibilizem aos alunos uma ouvidoria "online" em seus sites oficiais, com a intenção de apurar casos de violência de gênero praticados dentro dos campus, para que assim possam ser tomadas medidas legais contra os agressores.