Enviada em: 16/10/2018

Na atualidade, um grande problema a ser combatido é a violência contra mulher, que se arrasta há anos, motivada por séculos de inferiorização do gênero. Visto isso, nota-se que esse imbróglio se faz acentuadamente presente no ambiente acadêmico: em 2015, uma pesquisa promovida pelo Instituto Avon mostrou que 2 a cada 3 universitárias já sofreram algum tipo de violência no ambiente acadêmico. Nesse contexto, é necessária uma análise acerca das raízes que colaboram com a permanência do problema, buscando aniquilá-las, a fim de preservar o direito à educação.   A priori, é importante lembrar que a presença da mulher no mundo acadêmico foi tardia, partindo da premissa que suas funções eram serviços domésticos, satisfação sexual e procriação, tornando o acesso à educação algo restrito aos homens até então. Um caso que mostra claramente essa situação acomete a história da cientista Marie Curie que, apesar de sua inteligência inigualável, esteve às sombras de seu esposo para alcançar credibilidade, sofrendo com os efeitos do machismo em suas pesquisas, no século XIX. Os resquícios dessa visão misógina na contemporaneidade colaboram com a violência contra mulheres dentro das universidades, em que a manutenção do pensamento de superioridade masculina muitas vezes resulta em violência verbal, física e casos de estupro.    Ademais, a violência de gênero dentro de universidades, que supostamente abriga pessoas mais bem desenvolvidas intelectualmente, fere a liberdade de cátedra feminina. A prova disso está na mesma pesquisa citada anteriormente, que mostra que 36% das alunas já deixaram de fazer alguma atividade dentro da faculdade por sentirem medo de ataques, deixando claro que sua formação acadêmica é prejudicada por esses episódios, privando-as do acesso ao conhecimento que lhes assiste. Em conclusão, a persistência desses casos é uma quebra clara dos Direitos Humanos, que prevê acesso irrestrito à educação.   Destarte, torna-se urgente a adesão de medidas que venham mitigar tal situação. A exemplo de outras universidades brasileiras, como a UECE, as faculdades devem criar núcleos de apoio às alunas e funcionárias que sofreram qualquer tipo de violência, os quais contem com apoio jurídico eficaz para investigar e punir com multas e expulsões os transgressores. Junto a isso, o apoio psicológico é primordial, e deve ser feito por meio de terapias coletivas ou individuais para casos mais graves. Além dessas medidas, é importante que, desde a recepção dos calouros, a universidade declare repúdio a crimes de violência de gênero, promovendo palestras e espalhando cartazes pelo campus. Desse modo, enfrentaremos o problema, garantindo o direito à educação e proporcionando um ambiente seguro para as alunas.