Enviada em: 19/10/2018

''Uma injustiça em um lugar qualquer, é uma ameaça a justiça em todo lugar'', assim a frase de Martin Luther King, ativista estadunidense, apresenta o atual panorama de injustiças nas universidades brasileiras. Nesse sentido, a violência de gênero é uma problemática recorrente na área educacional, fator que desrespeita o conceito de justiça em todo território tupiniquim. Logo, a fim de compreender o problema e alcançar melhorias, é válido analisar a persistência da violência dentro das Universidades e a impunidade como fatores que contribuem para essa problemática.     Em primeiro lugar, vale ressaltar que, apesar de todos os avanços sociais, como a Lei Maria da Penha, dentro das Universidades a violência de gênero ainda é recorrente. Isso ocorre, visto que cotidianamente alunas são vítimas de agressões físicas, psicológicas e assédios morais praticados por alunos e professores. Para ilustrar, em 2014, segundo o Folha de São Paulo, estudantes da faculdade de medicina da Universidade Federal de São Paulo denunciaram 8 casos de estupro em festas organizadas por alunos. Consequentemente, atitudes machistas da sociedade podem causar danos, muitas vezes, irreversíveis à saúde mental das mulheres, como a inibição do desenvolvimento intelectual e profissional. Dessa forma, a persistência desse cenário é produto de estabelecimentos de ensino machistas e omissos com as questões do gênero feminino.    Ainda nessa questão, é fundamental pontuar que a estrutura das Universidades representa um entrave na diminuição da problemática. Tal circunstância advém da falta de confiabilidade das instituições educacionais, posto que diretores negligenciam e omitem a verdade das denúncias e casos de assédio sexual para preservar a excelência da faculdade. A prova disso é a pesquisa realizada pelo Departamento de Educação dos Estados Unidos que, depois de investigar 80 instituições, descobriu que alunas vítimas de estupro teriam sido desencorajadas a denunciar seus agressores.  Desse modo, nota-se um contraposição com a frase de Aristóteles segundo o qual expressa que ''A base da sociedade é a justiça'', uma vez que o direito à segurança das alunas não está sendo assegurado.   Nesse aspecto, ao Conselho Universitário cabe promover a igualdade de gênero dentro das instituições, por intermédio de grupos de debates e palestras com representantes femininas, a respeito da realidade da violência de gênero, da necessidade de respeitar o próximo e dos direitos e deveres de cada indivíduo da universidade, além de incentivar a participação das mulheres nas discussões jurídicas, com propósito de o machismo ser efetivamente combatido. Por fim, a polícia civil em parceria com as Universidades devem, mediante investigações, garantir o cumprimento das penalidades para alunos e tutores acusados de agressão,a fim de promover uma maior confiança e reduzir os crimes.