Enviada em: 28/01/2019

É corriqueiro o crescente número de casos de violência de gênero sofridos pela população feminina nas universidades brasileiras.A Constituição cita, em um de seus principais artigos, que todos são iguais perante a lei, descartando qualquer diferença de gênero, sexo, cor e etc. Contudo, unindo um corpo jurídico fragilizado e ineficiente à falta de educação básica e inclusiva da população, a violência sofrida pelas mulheres é uma discussão que toma mais espaço nas assembleias e nos campus universitários.    Estudos apontam que quase metade das universitárias já sofreram assédio por parte de estudantes e educadores. Além disso, escândalos envolvendo as maiores universidades do país mostram que, há anos, esse cenário é presente no dia a dia de todas e que medidas eficientes ainda não foram tomadas, contradizendo muito as estatísticas: de acordo com o CENSO, as maiores universidades do país contam com mais da metade de mulheres como estudantes. Isso mostra que, em um ambiente majoritariamente feminino, o machismo ainda é enraizado na educação e no cotidiano que elas vivem.   Não é preciso ir muito longe no tempo para ver que a presença feminina nos estudos e em ambientes intelectuais é muito precoce, mas que, com muita luta e persistência, elas vêm conquistando espaços antes nunca conquistados. E, mesmo depois de tantos avanços e conquistas significativas, funcionárias mulheres, ocupando o mesmo cargo e exercendo a mesma função que um homem, muitas vezes vivem uma realidade de submissão, envolvendo ameaças e violências físicas e psicológicas. Ainda, estudantes vivem constantemente em um regime de relações de poder com seus professores, que as instigam a se sujeitar a situações em troca de aprovação. Realmente é visível a falta de uma educação igualitária e justa, desde seus primórdios até a formação mais avançada.   Dessarte, medidas que visam combater a violência de gênero no ambiente universitário é mais do que urgente, é imprescindível. Para tal realidade, os âmbitos público e privado devem se unir em prol do bem maior. Uma educação pública de qualidade é o primeiro passo necessário, onde se ensine igualdade entre gêneros e respeito ao próximo. A educação primária molda o caráter do ser humano, e cabe a ela, e a família, ensinar em conjunto essas importantes virtudes. O Estado também deve prover e incentivar núcleos de apoio à mulheres violentadas, núcleo esse composto por mulheres e para mulheres, visando acolhê-las e dar o espaço de fala que lhes é de direito, além de intensificar o sistema penal e a justiça em si para realmente julgar e punir aqueles que destratam o artigo 5o da Constituição. Por fim, o sistema privado se encarrega de uma segurança rígida nos campus e do mapeamento das áreas mais afetadas, para posterior investigação e avanço na seguridade das mulheres.