Enviada em: 16/03/2017

De leves palmadas a chutes, socos e agressões de natureza psíquica e sexual. A violência revela suas múltiplas faces e se propaga nos lares brasileiros tendo como protagonista das ações discriminadas os pais e demais familiares, e por vítimas, as crianças. Desde a Idade Média, castigos e punições de ordem física e emocional eram empregadas contra o infante, ao argumento de que esta era a melhor forma de lapidar sua personalidade e ao mesmo tempo, o meio adequado de imposição de respeito. Embora esta visão ainda persista nos dias atuais para parcela da população, uma pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde- OMS apontou que os efeitos dessas atitudes hostis deixam sequelas muitas vezes irreparáveis na vida do agredido.    É nesse aspecto que reside o maior problema da violência, suas consequências. Independente da forma como ela se manifesta, seja através de palavras, ponta-pés , negligência ou abusos sexuais, ela pode devastar a vida do indivíduo em formação. Já foi inclusive comprovado pela Sociedade Brasileira de Medicina que jovens que vivem em ambientes de extrema brutalidade estão mais propensos a desenvolver distúrbios psicológicos, dentre os quais destacam-se a depressão, transtornos alimentares e desvios de personalidade. Surge então não apenas um problema individual, mas social , haja a vista que afeta a saude pública como um todo, cujo pilar consiste justamente na manutenção de uma sociedade saudável e equilibrada, objetivo este que converge com o do próprio Estado Brasileiro.       A Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA, elencam um rol extensivo de direitos e garantias para o infante, dentre eles a existência de um ambiente pacífico e sadio que permita o desenvolvimento adequado do menor. Isso significa que ele deve ter acesso a educação, saúde, lazer e a uma harmônica convivência familiar. O grande problema verificado nos dias de hoje, é a desobediência a essas normas, fazendo com que pais e familiares, independente da classe social a que pertençam, se valham das diversas formas de violência para exercer o seu poder, colocando a criança em situação de vulnerabilidade e risco. Como na maior parte dos casos a violência é silenciosa, as autoridades públicas muitas vezes nem sequer chegam a ter conhecimento do ocorrido, o que dificulta ainda mais a punição dos agressores e a consequente prorrogação do quadro.      Assim, medidas são necessárias para resolver o impasse. Uma das maneiras de solucionar o problema da violência infantil e garantir os direitos da criança e adolescente, seria promover ações em escolas sob as diretrizes do Ministério da Educação para conscientizar alunos e famílias sobre a importância de denunciar as agressões. Além disso, outra medida eficaz veicular através de propagandas sobre rastros que a violência praticada nessa idade deixam na vida do indivíduo.