Enviada em: 12/03/2017

Casos como o de Isabella Nardoni e de Alex, vítimas da violência doméstica e infantil, são de grande repercussão midiática e reflete a gravidade desse flagelo no país.  Assim, é possível afirmar que esse tipo de agressão é fruto de tradições e costumes, além da falta de denúncias. A noção de que a violência, em diversos níveis, é um recurso coercitivo no processo de educação advém da formação ideológica e cultural da sociedade brasileira. Isso, porém, evidencia  o reduzido preparo e controle dos pais e familiares - principais agressores - que não conseguem lidar com o problema de maneira pedagógica e, sobretudo, respeitando os direitos inerentes às crianças. Ademais, esta relação de poder e de dominação estabelecida com as agressões gera consequências imensuráveis para a vítima, já que, sem o tratamento adequado, ela pode se tornar um agressor em potencial. Desse modo, desencadeia-se um círculo vicioso da violência entre as gerações.  Ainda é válido ressaltar que o reduzido número de de denúncias corrobora para o agravamento do problema. A visão de que as agressões são um modo de educar e o desconhecimento de boa parte da população sobre os mecanismos de queixa, impossibilitam o eficaz reconhecimento dos fatos. Em função disso, a ação do Estado e a aplicação do Estatuto da Criança e dos Adolescente é dificultada e os direitos desse não são, completamente, resguardados. Perpetua-se, então, a hostilidade e o desrespeito.  É notório, portanto, que a violência infantil é um mal social que precisa ser solucionado por meio de medidas paliativas. Primeiramente, o Governo Federal, através de investimentos financeiros e campanhas publicitárias, incentive a denúncia anônima através do Disque 100, visando à rápida identificação dos casos. Além disso, devem ocorrer diversas ações interdisciplinares nas escolas e comunidades, com o apoio de psicólogos, assistentes sociais e educadores. Tal medida será fundamental no processo de quebra do paradigma cultural da hostilidade, pois objetiva educar e auxiliar tanto os  familiares, quanto o tratamento das crianças.