Enviada em: 06/03/2017

Há alguns anos, punições físicas e castigos severos eram vistos como forma de educar crianças dentro dos moldes considerados padrões para a época. Com a propagação do debate sobre violência infantil, atrelada ao surgimento do Estatuto da Criança e do Adolescente e sua posterior validação através do artigo 203, anexo II da Constituição Federal de 1988, ocorreram mudanças na forma como o tema era visto, buscando proteger crianças de possíveis danos físicos e psicológicos.     Dentre os diversos tipos de violência infantil existentes, os mais comuns são hostilidade verbal, negligência, abusos sexuais, crítica excessiva, castigos físicos e psicológicos. Bulling e homofobia, apesar de serem menos perceptíveis e considerados menos graves por possuírem, na maioria das vezes, caráter de brincadeira, são responsáveis por graves desvios na formação do adulto, além de predisporem a doenças como depressão e ansiedade.    A grande problemática existente nesse caso é o pensamento retrógrado de grande parte da população que ainda vê castigos físicos como uma forma de educar. Adultos que sofreram violência na infância tendem a praticar a mesma em seus filhos, criando um ciclo de danos psicológicos, muitas vezes irreparáveis. Esse ciclo de agressividade é responsável por criar adultos inseguros, introspectivos, extremamente agressivos ou passivos. Causa ainda grandes problemas na auto estima e dificuldades para se relacionar. No caso de violência sexual, a vítima desenvolve sentimento de culpa e raiva além de distorções psicológicas no âmbito sexual.     O combate à violência infantil não pode ser tratado como um problema que diz respeito apenas à família. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, tanto a comunidade quanto o Estado devem intervir contra práticas consideradas abusivas para garantir proteção integrada a esses cidadães. Profissionais da saúde e da educação possuem papel importante na notificação de casos suspeitos e as autoridades de segurança pública devem atuar de forma a combater redes de tráfico sexual de menores. A formação moral e educativa da população também apresenta-se como forma de quebrar esse ciclo de violência.