Enviada em: 17/03/2017

Psicológica. Física. Sexual. São diversos os tipos de violência aos quais uma parcela de crianças e adolescentes são submetidos diariamente. Embora alguns casos de violência infantil venham ganhando espaço na mídia, a maioria ainda permanece omitida, devido à falta de denúncia. Diante desse cenário, é substancial reconhecer possíveis causas e também consequências desse fenômeno, que afetam tanto o indivíduo como a sociedade como um todo.     Em primeiro lugar, cerca de 70% das agressões contra crianças são acometidas por familiares, fato que dificulta a realização de denúncia por parte da sociedade. É possível que uma pessoa reconheça que os filhos de seu vizinho são tratados com brutalidade e crueldade pelo mesmo, porém, ainda assim, sinta-se desencorajada a denunciar, por conta do receio de estar interferindo na educação de outra família. Assim, tal insegurança para efetuar a queixa, já que os violentadores são parentes da criança, resulta em mais crianças presas a essa realidade injusta.     Em relação às consequências, são inegáveis os efeitos negativos imediatos que a violência traz à criança e ao adolescente. Esses, por conta da situação desumana na qual vivem ou viveram, têm seu psicológico afetado, podendo apresentar sintomas como dificuldade de estabelecer relacionamentos, sentimento de raiva e culpa, quadros fóbico-ansiosos, dentre outros, que tendem a acompanha-los até a fase adulta.     Além de consequências imediatas, há resultados tardios, os quais podem, inclusive, prejudicar a segurança da sociedade. A grande maioria dos psicopatas, estupradores e serial killers tiveram uma infância conturbada, marcada pela agressividade e crueldade, o que resultou em suas condutas doentias. A manutenção da violência infantil, dessa forma, contribui para a formação desses indivíduos problemáticos que se mostram extremamente danosos à população.    Entende-se, portanto, que a ocultação e manutenção da brutalidade contra crianças trazem impacto tanto individual quanto social. Diante disso, seria ideal que as Prefeituras disponibilizassem cursos, a todo profissional que trabalha com crianças, que visasse a identificação de sintomas que apontem para a ocorrência de maus tratos e a denúncia. Além disso, o governo federal também pode contribuir financeiramente, bancando estabelecimentos, como orfanatos, que objetivam abrigar e restaurar física e mentalmente as vítimas de violência abaixo de 18 anos. Com isso, talvez, mais crianças tenham seus direitos garantidos e vivam uma realidade mais justa.