Enviada em: 30/03/2017

À flor da idade        Instituído em 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente trouxe mecanismos de proteção nas áreas de educação, saúde, trabalho e assistência social. Por ir contra a criação violenta adotada em âmbito familiar que perdurava até então, os casos de violência infantil diminuíram consideravelmente, tendo em vista a maior responsabilidade dos pais quanto à integridade dos filhos. Entretanto, os índices ainda são expressivos, o que requer medidas para que haja a garantia dos direitos dos menores.         Apenas em 2014, foram registradas 91 denúncias de violação aos direitos da criança e do adolescente no Brasil, segundo dados do SDH/PR. Em maioria, os agressores se encontram na própria família, o que mostra que a criação autoritária persiste na sociedade. Tal atitude é seguida do preceito de que "é melhor apanhar em casa do que na rua", evidenciando que a resistência ao cumprimento legal e a insciência da população em relação à necessidade da lei perante os casos mais absurdos são os maiores agentes da problemática.           Outrossim, as crianças não são vítimas apenas das violências psicológica e física. A violência sexual, conforme mostrada no documentário "Um novo olhar", é ainda mais preocupante. Segundo informações do grupo Childhood, apesar de o Brasil ser carente de números detalhados em relação à violência sexual infantil, os fatores que mais vulnerabilizam as crianças vítimas são: pobreza e questões ligadas à raça, gênero e etnia. Tais informações sinalizam que a exploração sexual infantil é precedida por um pensamento preconceituoso e de desprezo às minorias.             Em suma, com o propósito de que os direitos das crianças e dos adolescentes sejam respeitados, são necessárias algumas medidas. A princípio, existe a necessidade de fornecer um auxílio psicológico constante em ambiente escolar como forma de lidar com crianças possivelmente violentadas. Além disso, é necessário que o governo divulgue vinhetas curtas, durante a programação televisiva, a fim que conscientize a população diante dos princípios legais. Por fim, é fundamental que a sociedade fiscalize e exerça um papel menos omisso ao deparar com casos de violência, já que, como diria Alvaro Granha Loregian, "responsabilidade e respeito são os maiores pilares de uma sociedade".