Subordinada aos interesses pessoais doentios de uma bruxa, Rapunzel - personagem de um famoso conto infantil - tinha seus direitos e parte de sua liberdade privados. Não tão diferente dessa obra literária, atualmente, milhões de crianças e adolescentes sofrem abusos constantes e têm suas dignidades e infâncias perdidas. É indubitável que a violência psicológica na infância pode trazer inúmeras consequencias ao longo dos anos. Segundo John Locke, ''o ser humano é como uma tela em branco que é preenchida por experiências e influências"; nesse sentido, a criança que é criada sendo ridicularizada e depreciada, cresce com maior possibilidade de desenvolver, seja na adolescencia ou na fase adulta, problemas de comportamento, de saúde mental e outros que podem interferir em sua vida pessoal e social. Além disso, cabe ressaltar que o trabalho infantil viola o direito à saúde, à educação e ao crescimento. Esse problema começou a se tornar mais evidente no século XIX, a partir do advento da Revolução Industrial, em que inúmeras crianças tiveram que trabalhar em fábricas de maneira a contribuir na composição da renda familiar. Analogamente, nos dias atuais, é possível encontrar crianças e adolescentes trabalhando sob esse mesmo pretexto, visto a precária situação economica da família. Desse modo, faz-se necessário considerar a fadiga excessiva, distúrbios de sono e baixo rendimento escolar como impactos dessa prática na vida das crianças. Urge, portanto, que indivíduos, instituições públicas e a mídia cooperem para mitigar a violência contra a criança e o adolescente. Cabe aos cidadãos denunciar agressões presenciadas, assim como ao Estatuto da Criança e do Adolescente, juntamente com a mídia, incentivar a realização desse ato. Somado a isso, o Estado deve focar suas ações na educação, proteção social e em estratégias que promovam o trabalho decente para as famílias e para os jovens que tem idade para trabalhar, reduzindo a exploração de mão de obra infantil para o sustento das famílias. Só assim, o país tornar-se-á um território livre da violência infantil.