Enviada em: 15/09/2017

Pesadelo Diurno              No romance Lolita de Vladimir Nabokov, Dolores de 12 anos após ficar órfã fica aos cuidados do padrasto. Por detrás de todo lirismo, o livro trata, sobretudo, de um assunto um tanto pertinente que é a violência infantil. Um mal que pode crescer em meio a um tóxico relacionamento familiar e deixa cicatrizes tanto físicas como psicológicas na vítima, que ao passar do tempo torna-se cada vez mais vulnerável.       É indubitável que dentre as causas do problema, esteja o desiquilíbrio familiar como facilitador para a violência. Estruturas familiares conturbadas afetadas por desentendimentos entre responsáveis, histórico de violência ou até mesmo dependência química são ambientes favoráveis para a problemática. Um exemplo foi o caso de Isabella Nardoni de cinco anos de idade, que por conta de atritos familiares entre os pais recém separados e com a madrasta, fora jogada de um edifício em São Paulo.       Além disso, há os traumas psicológicos e as marcas violentas dessa hostilidade que afetam o desenvolvimento da criança ou do adolescente. Isso porque o indivíduo enquanto cresce está em constante formação moral e de percepções perante o mundo. Nesse sentido, exposto a agressões ou abusos o indivíduo pode ter falhas cognitivas e comportamentais que viabilizam o surgimento de depressão, bem como atitudes de isolamento e a agressividade.       Mediante os fatos expostos, é possível evidenciar que, a violência infantil tema urgente a ser sanado em sociedade. Por isso, é preciso que o Estado continue a dar suporte à lei que assegure os Direitos e Garantias das Crianças e dos Adolescentes. Cabe ao judiciário, em especial o Superior Tribunal de Justiça, faça valer as penas e garantir a punição efetiva dos transgressores. E por fim, pais e responsáveis contribuam para o desenvolvimento  dos pequenos, disseminando o respeito e incentivando a boa conduta.  Pois, já dizia Isaac Newton que a violência é o último refúgio do incompetente. Só assim, perante tais ações haverá de dizer que a violência não é mais um pesadelo que abomina constantemente a segurança infantil. E que, finalmente, Lolitas espalhadas pelo mundo sejam amparadas e protegidas desse mal.