Enviada em: 08/10/2017

Cicatrizes da infância        Embora amparados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), assim como pelos Direitos humanos, menores de 18 anos ainda são alvo de violências. É preciso encarar que o medo, a omissão e a estrutura social são fatores que contribuem para marcar negativamente milhões de infâncias.        Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Brasil é o segundo país no mundo no que tange o assassinato de adolescentes. A maioria das vítimas residem em periferias, são pobres e negros; ou seja, fica evidente a ineficiência nacional de resguardar segurança aos jovens de todas as classes sociais.        Com base na Secretaria de Direitos Humanos (SDH), mais da metade dos casos de denúncias de violência infantil ocorrem no meio familiar. A imposição do medo e da submissão, como violência psicológica e até física, pela própria família pode acarretar problemas no desenvolvimento do aprendizado, das relações interpessoais, do humor e até depressão nos menores lesados.       Além disso, enquanto os jovens não se perceberem como vítimas de violência, seja ela física, psicológica, sexual ou negligência, tal quadro permanecerá grave. A desinformação sobre seus direitos, bem como a pouca visibilidade dada ao problema e a impunidade dos agressores, implica na omissão das denúncias.        Assim, visando garantir os direitos da criança e do adolescente, órgãos de proteção ao menor, mídia e judiciário podem agir. O primeiro pode criar campanhas publicitárias que instiguem a denúncia e informem às vítimas sobre seus direitos; o segundo pode divulgar tais campanhas por meio de propagandas em todas as mídias possíveis, garantindo a propagação da informação; já o terceiro, deveria ser mais firme quanto à penalização dos agressores, validando o ECA. Desse modo, menos infâncias terão cicatrizes da violência.